Os exercícios aeróbicos específicos associados ao ciclo menstrual em portadora de anemia falciforme podem desencadear benefícios nos ajustes neurais, hormonais, cardiovasculares e respiratórios, com o objetivo de garantir demanda energética para a musculatura esquelética em atividade. O treinamento físico de baixa intensidade promove diminuição na produção de lactato e aumento de VO2máx. (capacidade física e pulmonar). Além disso, a prática regular desses exercícios provoca adaptações crônicas morfológicas e funcionais no organismo, tanto no repouso quanto durante o exercício, proporcionando ao indivíduo maior eficiência fisiológica. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar uma possível melhora no quadro hematológico, por meio da comparação de exames clínicos e de implementação de exercícios específicos aeróbicos individuais, de acordo com variáveis hormonais, dentro do ciclo menstrual. Avaliou-se uma paciente do sexo feminino de 42 anos, com diagnóstico de anemia falciforme, obesa e dislipidêmica. As prescrições dos exercícios foram estabelecidas de acordo com as fases do ciclo menstrual, regenerativa (período início da menstruação, moderado (período pós ovulatório) com a finalidade de aumentar a capacidade cardíaca, pulmonar e assim aumentar a concentração de hemoglobina e a capacidade de transporte de oxigênio no sangue. Foi utilizado o método indireto para calcular a frequência cardíaca e porcentagem de FC máxima e para prescrição dos exercícios físicos o sistema conhecido como MET (equivalente metabólico), Consumo Máximo de Oxigênio (VO2máx.), bem como, através da comparação de exames de hemograma antes, durante e depois de concluída a rotina de exercícios aeróbicos específicos, prescrita. Dessa maneira, obtivemos uma melhora em diversos parâmetros hematológicos. Houve aumento da quantidade de eritrócitos circulantes (de 4.32 milhões/mm3 para 4.45 milhões/mm3), aumento na taxa de hemoglobina (de 11.7g/dL para 13.4g/dL), aumento no hematócrito (de 35.3% para 40.1%), aumento da hemoglobina corpuscular média, HCM, (de 27.1pg para 30.1pg), aumento do volume corpuscular médio, VCM, (de 81.7 fL para 90.1 fL) e aumento da concentração de hemoglobina corpuscular média, CHCM, (de 31.1g/dL para 33.4g/dL). Além disso, por meio da comparação dos hemogramas, foi possível observar uma diminuição da amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos, RDW, (de 15.9% para 11.6%) e retorno para a faixa de valores de referência, indicando uma melhora do quadro. Tais resultados podem ser explicados pela rápida alteração no volume plasmático, ocasionada pelo exercício de corrida intenso, e seu deslocamento para o meio extracelular, provocando assim um aumento considerável na concentração de hemoglobina, no número de hemácias e, consequentemente, no percentual do hematócrito. Assim, é possível concluir que a rotina de exercícios aeróbicos específicos promoveu melhora em diversos parâmetros hematológicos, na capacidade funcional e cardíaca e na qualidade de vida da paciente, amenizando seus sintomas.
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