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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S230 (outubro 2024)
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LINFOMA FOLICULAR COM LESÕES ÓSSEAS: UM RELATO DE CASO
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LG Carvalhoa, AMS Felixa, VR Oliveiraa, HL Serranoa, GBD Ferrazb, FNT Alvimb, MB Figueiredob, JV Rodriguesb, ALC Monneratb, MKP Lusisa
a Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil
b Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil
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HEMO 2024

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Objetivo

Relatar um caso de Linfoma folicular com lesões osteolíticas ao diagnóstico.

Material e métodos

Revisão do prontuário médico, dos exames de imagem e dos histopatológicos.

Relato do caso

Mulher de 49 anos vem apresentando dor óssea de forte intensidade na região lombo-sacra há um ano. Relata dislipidemia, amigdalectomia na infância e cesárea aos 23 anos. Parou de fumar há 10 anos. A Ressonância magnética mostrou múltiplas lesões ósseas nos corpos vertebrais e bacia e tecido de partes moles invadindo o canal sacral. Dois meses depois, a paciente notou adenomegalias cervicais e foi encaminhada para o serviço de hematologia do HUAP. Ao exame a paciente tinha fácies de dor, estava levemente hipocorada, com adenomegalias cervicais e axilares bilaterais. Não havia visceromegalias. A biópsia de um linfonodo cervical diagnosticou Linfoma folicular clássico e a biópsia de medula óssea confirmou infiltração pelo linfoma. As tomografias do estadiamento mostraram lesão expansiva na asa maior do esfenóide e parede posterior da órbita, múltiplas linfonodomegalias no tórax, abdome e pescoço, provável infiltração neoplásica das submandibulares, acometimento ósseo secundário de vértebras cervicais e lombares e lesões heterogêneas nos ilíacos, colos femorais e trocanter femoral esquerdo. Exames laboratoriais: Hemograma: Hb 11 g/dL / Hto 32,8% / VCM:88,5 fL / Plaquetas: 434.000/mm3 / Leucometria 16300/mm3 / Segmentados:13529 / Linfócitos: 1956/ Ausência de blastos. As sorologias para HIV, sífilis e hepatites foram negativas e os exames bioquímicos, dentro da normalidade, exceto a Fosfatase Alcalina que estava aumentada. A biópsia da vértebra L3 confirmou que a origem das lesões ósseas era o Linfoma folicular.

Discussão

O Linfoma não Hodgkin pode acometer os ossos de forma primária ou secundária. Linfomas ósseos primários ocorrem como lesões únicas ou múltiplas, sem acometimento linfonodal ou visceral e representam cerca de 1% dos linfomas em geral. Os linfomas que afetam os ossos secundariamente são mais frequentes que os primários. O tipo histológico mais encontrado, em ambos os casos é o Linfoma de grandes células B difuso (LGCBD). Ossos longos como o fêmur, as vértebras e a bacia são os mais acometidos. O sintoma principal é a dor óssea e as fraturas ocorrem raramente. As lesões mais frequentes são as osteolíticas, mas lesões osteoblásticas ou mistas também podem ocorrer. Os linfomas indolentes representam apenas 8% daqueles que acometem os ossos. O Linfoma folicular é o linfoma indolente mais comum, caracterizado por adenomegalia generalizada de evolução lenta, por diagnóstico em estádios avançados, pelas recidivas frequentes e pela transformação para LGCBD. O acometimento de sítios extra-nodais como medula óssea, baço, fígado e trato gastro-intestinal é comum, porém o aparecimento de lesões ósseas é muito raro. Dentre as neoplasias hematológicas o Mieloma múltiplo é o tumor que mais frequentemente causa lesões ósseas. O esqueleto é o terceiro sítio mais comum de metástases de tumores sólidos, após o pulmão e o fígado. Os carcinomas são o tipo de tumor mais frequente associado à lesão óssea secundária e as metástases mais comumente se iniciam a partir de neoplasias das mamas, pulmões e próstata.

Conclusão

Devido à raridade da ocorrência de dor de forte intensidade por lesões ósseas associadas ao Linfoma folicular, a confirmação histopatológica foi necessária para descartar a possibilidade de uma segunda neoplasia.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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