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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1171-S1172 (outubro 2024)
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IMPACTO NEGATIVO NA ATIVIDADE LABORAL ENTRE PORTADORES DA DOENÇA FALCIFORME
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HS Contellia, MC Oliveiraa, RP Piresa, LB Araújob, JC Oliveirac, TMAI Memoriamd
a Unidade de Hematologia e Hemoterapia, Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU/EBSERH), Uberlândia, MG, Brasil
b Faculdade de Matemática, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil
c Escola Técnica de Saúde (ESTES), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brasil
d Laboratório de Patologia, Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU/EBSERH), Uberlândia, MG, Brasil
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HEMO 2024

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Introdução

A doença falciforme designa um conjunto de anemias hemolíticas hereditárias caracterizadas por uma mutação genética na hemoglobina, denominada hemoglobina S (HbS). Dentre os vários subtipos de hemoglobinopatias, a de significância clínica mais grave é denominada de anemia falciforme, que é determinada pela presença da HbS em homozigose (HbSS). Os eventos clínicos mais relevantes da doença são crises de dor agudas e recorrentes, anemia hemolítica crônica, comprometimento progressivo e insuficiência de múltiplos órgãos. A atividade laboral deve ser considerada o principal organizador temporal da vida, levando ao indivíduo interagir e transformar o meio ambiente, sobrevivência e estabelece relações interpessoais. As doenças crônicas têm grande impacto no desempenho laboral do indivíduo, causando alterações e interrupções em sua atividade, com comprometimento da produtividade e até perda de emprego, desencadeando problemas socioeconômicos, emocionais e psicológicos.

Objetivos

Avaliar o impacto da doença falciforme na situação laboral de pessoas portadoras residentes na cidade de Uberlândia.

Material e métodos

Foi realizado um estudo transversal descritivo durante o período de novembro de 2018 a janeiro de 2019, no qual os participantes foram recrutados pelo método de amostragem “bola de neve”. Foram selecionadas 32 pessoas com doença falciforme em idade laboral (18-65 anos), que não apresentassem déficit cognitivo, nem outras doenças crônicas relevantes não relacionadas com a doença falciforme.

Resultados

19 (59,4%) participantes eram do sexo masculino e 13 (40,6%) eram do sexo feminino. A média de idade dos participantes foi de 33,8 anos. Apenas 28,1% dos entrevistados estavam exercendo uma atividade remunerada, 46,9% já tinham trabalhado, mas não estavam trabalhando na época da entrevista e 25,0% nunca tinham trabalhado. Cerca de 6,0% dos participantes viviam em extrema pobreza e 28,4% viviam na linha da pobreza, sendo a renda mensal per capita menor que um salário mínimo em 56,2% dos casos e menor que 1,5 salário mínimo em 9,4%.

Discussão

A atividade laboral e as doenças crônicas têm um importante impacto mútuo. Como a atividade laboral é determinante do nível socioeconômico, ela influencia a evolução e o prognóstico da doença, atuando em variantes como acesso à assistência médica, tratamento rápido das crises, saneamento básico adequado com risco reduzido de infecção, nutrição de boa qualidade e melhores condições de vida. Além disso, a doença influencia significativamente o desempenho da atividade laboral.

Conclusões

Concluímos que a doença falciforme exerce importante impacto negativo na situação laboral, com cerca de 70% das pessoas em idade laboral sendo inativas. Isso resulta em um alto custo social, representado por uma renda mensal per capita muito baixa (≤ 1 salário mínimo) de 93,7% dos participantes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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