
Considerando a importância da transfusão de sangue, quando corretamente indicada e realizada, como um tratamento multiprofissional com alto potencial de salvar vidas e a hemovigilância sendo um conjunto de procedimentos de vigilância que abrange todo o ciclo do sangue, prevenindo e/ou evitando a recorrência de eventos adversos, esse estudo tem como objetivo geral explorar qual a importância do papel do enfermeiro no cenário da hemoterapia e processos transfusionais. O mesmo se justifica pela importância da qualidade do serviço prestado, necessidade de conhecimento e foco na segurança dos doadores e receptores.
Materiais e métodosTrata-se de uma revisão bibliográfica do tipo integrativa, desenvolvida a partir da pergunta norteadora “Qual a importância do papel do enfermeiro na hemovigilância? ”, comparando diversos autores e linhas conceituais, na busca de constatar a convergência ou divergência entre tais. Os descritores em ciências da saúde (DeCS) utilizados foram: “Segurança do Sangue”, “Transfusão de Sangue”e “Enfermagem”, sendo utilizado o operador booleano “AND”para realizar o cruzamento de busca entre os descritores.
ResultadosAinda que o assunto e práticas abordadas neste trabalho sejam recentes e com uma consequente escassez de publicações a respeito, a relação da enfermagem nos procedimentos de hemovigilância vem sendo estudada por diversos pesquisadores. No geral, busca-se compreender a interferência positiva que o trabalho de qualidade exerce na vida dos pacientes, especialmente quanto à necessidade de conhecimento e entendimento de todo o ciclo do sangue e prevenção de falhas humanas que causem prejuízo ao tratamento do receptor.
DiscussãoApesar da grande eficácia da utilização da hemotransfusão em vários casos, muitos autores ressaltam a necessidade e rigor da qualidade do serviço, devido aos riscos que pode vir a apresentar ao receptor dos hemocomponentes. São chamados de incidentes transfusionais todas as reações e efeitos adversos imunológicos (ligados aos mecanismos de resposta do organismo) ou não imunológicos (associadas à falha humana), imediatos ou tardios. Aprofundando nos riscos não imunológicos, é ressaltado o potencial da equipe de enfermagem, em sua responsabilidade durante o processo de hemovigilância, enquanto posição estratégica na detecção de erros ocorridos nas fases anteriores do ciclo do sangue, podendo evitar a ocorrência de eventos adversos relacionados à transfusão ou minimizar danos.
ConclusãoAo entender todo o processo do ciclo do sangue e a importância da hemovigilância, além das responsabilidades multiprofissionais da hemotransfusão, conseguimos compreender o papel do enfermeiro neste cenário e a necessidade do conhecimento e amplo entendimento das ações envolvidas. Sendo um campo de potencial expansão para a equipe de enfermagem, é possível concluir a importância de que estes estejam preparados para as atividades desempenhadas, conhecendo e entendendo os processos executados. Para tal, é importante a abordagem do assunto desde a formação acadêmica inicial e fortalecimento do saber através da educação permanente nas instituições de saúde. Por fim, entende-se a importância do enfermeiro, enquanto controle de riscos e danos do processo de hemoterapia, devendo estar apto a lidar com todo o processo.