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Vol. 42. Núm. S2.
Páginas 511 (novembro 2020)
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860
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GRAU DE CONHECIMENTO DOS ALUNOS DE MEDICINA SOBRE CUIDADOS PALIATIVOS
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A.I.M. Gomes, C.S. Alcici, G.M. Figueiredo, L.C. Ferreira, M.D. Gonzales, T.F. Souza, N.B.D. Santos
Escola de Medicina Souza Marques da Fundação Técnico-educacional Souza Marques, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Objetivos: O presente trabalho tem como objetivo apontar o grau de conhecimento sobre cuidados paliativos (CP) em estudantes da graduação de Medicina, e sinalizar a importância desse ensino tanto para os futuros médicos, pacientes e familiares. Materiais e métodos: Revisão sistemática da literatura, utilizando as bases de dados das plataformas SciELO, PubMed e Revista Brasileira de Educação Médica, entre os anos de 2010 e 2017, com os descritores “estudantes de medicina”, “cuidados paliativos”, “ensino”, “palliativecare”. Resultados: Os alunos do primeiro ao quarto demonstraram ganho de conhecimento em CP ao longo da graduação em Medicina. Entretanto, a diferença entre os alunos do quarto e do sexto ano, considerando a carga acadêmica do internato, foi bem abaixo da esperada. A respeito da importância da equipe interdisciplinar nos CP, a maior parte dos alunos acreditam que o médico seria o único responsável pelas decisões. Os estudantes também apontaram faltar na sua formação a inclusão de uma disciplina que tratasse de questões como o processo de morte e do morrer, e a falta um espaço para abordagem dos aspectos emocionais e sociais do ser humano, como o contato com o paciente sem possibilidade de cura. Por último, com relação a morte em casa, a maioria acredita que morrer em hospital, com intervenções seria menos dolorosa do que em casa com os devidos cuidados de fim de vida. Discussão: Os alunos do ciclo básico de Medicina (1°-4°ano) demonstraram algum conhecimento sobre CP, porém sem aprimoramento durante o internato (5°-6°ano). Além disso, eles se formam com a percepção de que a morte é uma derrota, sendo a busca pela vida o único caminho viável. Não os é ensinado a qualidade de fim de vida, ou mesmo o cuidados para os pacientes sem melhora iminente. Constata-se, portanto, que o nível de conhecimento em CP entre os estudantes de medicina não é satisfatório, sendo importante inserir na graduação a prática de CP em ambulatórios/enfermarias ou até mesmo home-care. Essa prática ensinaria também a importância de uma equipe multidisciplinar em todo processo do cuidado, a possibilidade de diminuição de procedimentos invasivos, e o respeito à dignidade do paciente. Os CP estão diretamente ligados a melhoria na qualidade de vida dos pacientes e familiares, sendo a ampliação do ensino em CP um admirável e imprescindível benefício para a grade do curso. Conclusão: De acordo com a revisão realizada, pode-se concluir que há necessidade de aprimoramento sobre os conhecimentos de CP entre os alunos do curso de Medicina, somado ao número crescente de pacientes que necessitam desta abordagem médica. A criação de uma disciplina teórico-prática específica, a participação de Ligas Acadêmicas que abordem o tema, e estágios na áreapoderiam sanar as deficiências educacionais aqui levantadas, preparando-os para o futuro próximo, em que serão os profissionais responsáveis pelo tratamento e alívio da dor desses pacientes e familiares.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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