A hematologia enfrenta grandes barreiras necessárias para alcançar a resolutividade clínica devido à fragilidade dos processos de referências dos serviços de saúde, poucos estudos epidemiológicos na área, dentre outros fatores que podem motivar o encaminhamento ao especialista. Desse modo, o objetivo desse estudo foi analisar as confluências referenciais e o perfil clínico-epidemiológico dos atendimentos no ambulatório de Hematologia da Unimar (AME). Trata-se de um estudo transversal, na qual foi realizada a coleta com um roteiro padronizado nos prontuários durante o período de 35 semanas, com 39 dias de atendimentos no AME, sendo atendidos 203 pacientes que foram classificados em faixas etárias, sexo e referenciais de acordo com as séries hematopoiéticas e se houve anexo de exame laboratorial para análise qualitativa das confluências e prevalência. O trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa. Dos 203 atendimentos, 80 homens (39,40%) com média de idade de 61,32 e 123 mulheres (60,59%) com média de idade de 54,93, tendo uma prevalência e procura precoce feminina. Além disso, dentro dos achados, pode-se verificar um aumento gradativo com uma predominância do número de casos de anemia ao longo da idade e pode estar acompanhada com outros distúrbios o que torna, muitas vezes, um desafio clínico. Dos 203, 165 (81,28%) dos encaminhamentos não apresentavam dados completos ou exames anexados. Dentro da especialidade para se realizar um diagnóstico é essencial o hemograma anexado ou informações completas do mesmo. Devido a isso, há novas solicitações para avaliação, sendo oneroso para o sistema e para o cliente. A análise das confluências do encaminhamento (referência) e o diagnóstico/suspeita da especialista (contrarreferência) tiveram predominância do distúrbio da série vermelha, com uma diferençade 4%, um percentual considerável frente ao tamanho da amostra – o sistema de referência e contrarreferência não era o objetivo inicial do presente estudo, no entanto, foi observado questões relativas ao tema que merecem maiores investigações no intuito de desvendar as dificuldades aqui apontadas –, e é válido mencionar que 1,97% dos encaminhados não tinham nenhuma alteração hematologia. Infelizmente, há encaminhamentos com baixa complexidade que poderia ter seguimento na Unidade de Saúde da Família (USF), o que levanta o questionamento quanto a fragmentação e recursos dos profissionais frente ao diagnóstico e ao manejo, a relação de uma incipiência estrutural das referências (principalmente no anexo dos exames e sem ou pouco embasamento clínico). Isso demonstra uma necessidade de aprimoramento referencial e necessita de uma análise mais aprofundada para revelar a real motivação situacional na elaboração, seja ela uma sobrecarga na demanda, dificuldades no manejo por falta de recursos, insegurança/limitação de conhecimentos. Desse modo, se houver a resolutividade e aprimoramento do sistema referencial, as diretrizes do SUS serão contempladas de maneira mais integrativa, equitativa e com menos sobrecargas no sistema e, assim, a demanda terá uma necessidade real de seguimento na especialidade, não sendo ocupadas as vagas por casos de baixa complexidade.
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