
Elaborar um folder educativo com orientações sobre os cuidados durante o parto para mães portadoras ou potenciais de distúrbios hemorrágicos hereditários, como a hemofilia, e o manejo do neonato que pode herdar essa condição. Doenças hemorrágicas representam um desafio significativo durante a gravidez e o parto, tanto para a mãe portadora quanto para o recém-nascido.
Material e métodosEstudo descritivo-exploratório de revisão de literatura, com o objetivo de desenvolver um informativo sobre o manejo no parto de gestantes com distúrbios hemorrágicos hereditários, como a hemofilia, e seus recém-nascidos. As orientações foram retiradas de manuais do Ministério da Saúde e artigos científicos.
ResultadoO folder educativo foi construído em linguagem simples, de fácil entendimento, contendo duas páginas, nas dimensões de uma folha A4, divididas em dois domínios de orientação. 1) Manejo do parto: contendo orientações sobre o planejamento do parto elaborado por equipe multidisciplinar em hemofilia, incluindo obstetra experiente em gestação de alto risco, hematologista e anestesista, avaliando-se o risco hemorrágico para a mãe e para o feto; a via do parto deve ser indicação obstétrica, porém não deve ter parto instrumental (vácuo-extração e fórceps), a fim de diminuir o risco de sangramento da criança; orientação de reposição de FVIII/FIX se níveis abaixo de 50%, e tempo de tratamento dependendo do tipo de parto; uso de drogas antifibrinolíticas na prevenção da hemorragia no pós-parto. 2) Manejo do neonato: o diagnóstico precoce da hemofilia no neonato é fundamental, sendo indicada a coleta de amostra do cordão umbilical para a quantificação do fator imediatamente após o nascimento; deve ser evitado injeção pela via intramuscular e procedimentos invasivos para monitorização do neonato, até que seja excluído o diagnóstico de doença hemorrágica; na suspeita clínica de sangramento, repor imediatamente o concentrado de FVIII/FIX endovenoso, de acordo com a história familiar de hemofilia. O sangramento intracraniano é a maior e mais grave complicação hemorrágica e os recém-nascidos diagnosticados com hemofilia grave ou moderada deverão realizar exames de ultrassonografia transfontanela, antes da alta hospitalar; a reposição de vitamina K deverá ser feita por via oral; os pais devem ser informados do diagnóstico e encaminhados para acompanhamento em um hemocentro tratador.
DiscussãoA elaboração de folders é comumente usada na área da saúde como material a ser distribuído para contribuir com a educação continuada de pacientes. Além disso, o folder também poderá ser utilizado por toda equipe de profissionais de saúde que atua nos cuidados a gestante e o neonato. Por fim, o material educativo impresso apresenta-se como um instrumento de promoção da saúde, facilitador do processo educativo, capaz de tornar a pessoa coparticipe do seu próprio cuidado.
ConclusãoO folder educativo foi escrito de forma simplificada, para possibilitar o entendimento das pessoas, visando contribuir para minimizar as dúvidas e para uma melhor assistência às gestantes portadoras de distúrbios hemorrágicos e seus bebês, para prevenir complicações e assegurar um início de vida saudável.