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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S503-S504 (Outubro 2022)
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DOIS PACIENTES COM SÍNDROME DE GUILLIAN-BARRÉ APÓS INFECÇÃO POR SARS-COV-2
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R Achkar, M Erdens, P Scuracchio, L Dias, AS Oliveira, LF Souza, TMS Acciari, AG Silva, R Fachini, S Wendel
Instituto de Hemoterapia Sírio-Libanês, São Paulo, SP, Brasil
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Objetivos

Descrição de dois casos de Síndrome de Guillain-Barre (SGB) possivelmente relacionados ao SARS-CoV-2.

Materiais e métodos

Avaliação dos achados clínicos e laboratoriais em pacientes que evoluiram com a SGB após a infecção por SARS-CoV-2.

Resultados

1°. Homem de 56 anos, com lúpus eritematoso sistêmico e insuficiência renal crônica, apresentou PCR nasofaríngeo positivo para Covid-19, em 7 de setembro de 2021. Evoluiu com insuficiência respiratória 10 dias após a admissão no hospital, porém com evolução progressive, comprometimento neurológico, com parestesia dos pés/mãos e abolição dos reflexos tendinosos. O líquido cefalorraquidiano deste paciente demonstrou dissociação albumino-citológica e o padrão eletrofisiológico foi compatível com doença desmielinizante. O paciente não apresentou melhora após tratamento  com esteróides e imunoglobulina intravenosa, e vinte dias após seus primeiros sintomas neurológicos, iniciamos o tratamento com 5 plasmaférese terapêtica (PFT), 1 procedimento/dia, com troca de uma volemia plasmática. Após 3 sessões de PFT, houve melhora clínica significativa, inclusive no exame neurológico do paciente. 2°. Mulher de 22 anos, previamente hígida, apresentou infecção respiratória superior e PCR nasofaríngeo positivo para Covid-19, em 10 de janeiro de 2022. Após 3 dias do diagnóstico, esta paciente apresentou parestesia ascendente progressiva simétrica. A avaliação eletrofisiológica comprovou uma polineuropatia desmielinizante segmentar e o exame do líquido cefalorraquidiano mostrou dissociação albumin-citológica. O tratamento com pulsoterapia com corticoides e imunoglobulina endovenosa não mostrou resultado satisfatório nesta paciente, que evoluiu com características autonômicas e insuficiência respiratória aguda. Portanto, foi necessário iniciarmos o protocolo institucional de  PFT, 1x/dia, com troca de uma volemia plasmática. Após a quarta PFT, o exame clínico neurológico da paciente apresentou melhora significativa, podendo inclusive ser extubada. Finalizamos o tratamento com mais quatro PFTs adicionais até alta hopsitalar da mesma para reabilitação.

Conclusão

A SGB é uma doença paralítica flácida aguda com fraqueza progressiva simétrica e arreflexia, geralmente ocorre após uma infecção respiratória ou gastrointestinal, com apresentação variando entre 3 e 50 dias. O suposto mecanismo fisiopatológico é uma resposta autoimune aberrante que evoca uma reação cruzada contra os antígenos dos nervos periféricos. Nesses dois casos acima, as características epidemiológicas, clínicas e os achados laboratoriais sugerem que a infecção por  SARS-CoV-2 pode ser mais uma infecção viral causadora de  GBS. A resposta ao tratamento com TPE em ambos os pacientes foi positiva e gratificante.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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