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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S614 (Outubro 2022)
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DOENÇA FALCIFORME E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL: ASPECTOS DE UMA COORTE
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NNS Magalhãesa, SPS Souzaa, JC Almeidab, ARJ Mariac, MB Thomazb, JC Fabria, TS Espósitod, LANS Fonsecad, LB Mathiasid, DOW Rodriguesb
a Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (FCMS/JF ‒ SUPREMA), Juiz de Fora, MG, Brasil
b Fundação Hemominas (HEMOMINAS), Juiz de Fora, MG, Brasil
c Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG, Brasil
d Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), Juiz de Fora, MG, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Objetivo

Comparar a inadequação do estado nutricional (baixo peso e excesso de peso) em pacientes com Doença Falciforme (DF) inscritos em uma coorte em dois momentos distintos e verificar a associação entre o IMC, sexo e uso de medicamentos.

Materiais e Métodos

Trata-se de uma coorte composta por adultos portadores de DF, cadastrados na Fundação Hemominas Juiz de Fora analisados em dois momentos: sendo o ponto 1 (REDS III) de novembro/2013 a setembro/2014 e ponto 2 (REDS IV) de maio/2021 a julho/2022. Os dados antropométricos foram aferidos pelos pesquisadores em balança digital. O Índice de Massa Corporal foi classificado de acordo com os pontos de corte adotados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, para a análise estatística, foram estabelecidas três categorias: baixo peso, sobrepeso e obesidade. O Teste-t de Student foi aplicado para comparar os dois momentos. O estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (n° 02790812.0.2002.5118 e 4.382.562).

Resultados

A amostra do primeiro momento (REDS III) era composta de 126 pacientes, houve uma perda de 40 pacientes (32%) devido 9 perdas de acompanhamento e 31 óbitos. Para análise dos 2 momentos, a amostra final foi com 86 participantes (média de idade de 40±11 anos), 61% eram mulheres (n=52) e 70% eram DF tipo SS. Foi observado no ponto 2 que 5% dos sujeitos da pequisa (n=4) possuíam baixo peso, 23% (n=20) sobrepeso e 10% (n=9) obesidade o que representa inadequação nutricional em 38% dos individuos. Destes, 100%, 55% e 100%, respectivamente, eram do sexo feminino. A relação peso e genótipo da DF mostrou que 100% dos indivíduos com baixo peso, eram SS e a análise dos indivíduos obesos teve maior prevalência nos genótipos heterozigóticos (89%). Nos pacientes com sobrepeso, não pode ser estabelecida uma significância em relação ao tipo de DF. Não foram identificados valores significativos para: a) Redução não significativa dos pacientes com baixo peso (17% REDS III vs. 5% REDS IV; p=0,5); b) Aumento do sobrepeso (12% REDS III vs. 23% REDS IV; p=0,06) e c) Similaridade da população estrófica (65% REDS III vs. 62% REDS IV; p=0,02. Em relação à obesidade, houve aumento significativo (6% REDS III vs. 10% REDS IV; p=0,05). Quanto ao uso de medicamentos, 2 dos 86 pacientes (2,3%) usavam antidislipidêmicos e tinham excesso de peso. Paralelamente, outros 3 pacientes – 1 com sobrepeso e 2 com obesidade – usavam hipoglicemiante (3,5%). A dislipidemia e a diabetes coexistiam em apenas 1 paciente obeso, 12 pacientes faziam uso de anti-hipertensivos.

Discussão

Mais de 1/3 dos pacientes apresentava com inadequação nutricional (baixo peso e excesso de peso), em ambos os momentos de análise deste estudo (35% REDS III vs. 38% REDS IV) independente do sexo. A DF SS é um status catabólico associada a baixo peso. O genótipo SS estava presente em 100% dos pacientes com baixo peso, corroborando essa associação. Foi observado, entretanto, que 50% dos pacientes estavam com sobrepeso, o que pode ser relacionado ao impacto sociopsicofísico da pandemia do SARS-CoV-2. Tratando-se de obesidade, a DF heterozigótica e sexo feminino tem uma associação com significância estatística.

Conclusão

Os pacientes com DF podem cursar com alteração do IMC. A DF SS tem maior tendência de evoluir com baixo peso, enquanto a forma heterozigótica associa-se ao excesso de peso.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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