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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1787
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DESIGUALDADES REGIONAIS E VULNERABILIDADES SOCIAIS NA MORTALIDADE POR ANEMIAS NUTRICIONAIS NO BRASIL (2020–2024): UMA ANÁLISE QUANTITATIVA
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GHdSA Glória, MPP de Oliveira, GM Silva, AB Mingati, MCdA Granjeiro, SAD de Carvalho, GFdJ Malta, YTAA Aziz, MF Dias, CBC do Carmo
Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

As Anemias Nutricionais (AN) caracterizam-se pela deficiência de nutrientes essenciais para a eritropoiese, como ferro, ácido fólico e vitamina B12, representando um relevante problema de saúde pública em grupos mais vulneráveis. Fatores socioeconômicos e geográficos, como a Insegurança Alimentar (IA) e o acesso limitado aos serviços de saúde, exercem influências significativas na suscetibilidade e desfecho dessas condições. Identificar e compreender os padrões de mortalidade por AN, como sexo, faixa etária e raça/cor, se faz necessário para subsidiar intervenções eficazes na saúde brasileira.

Objetivos

Investigar os índices de mortalidade por AN no Brasil entre 2020 e 2024, considerando fatores como sexo, idade e raça/cor, além de analisar como aspectos socioeconômicos e a IA influenciam esses dados.

Material e métodos

Revisão quantitativa baseada em dados de mortalidade por AN (CID-10 D50–D53) no Brasil (2020–2024), extraídos do Painel de Monitoramento da Mortalidade do Ministério da Saúde. Analisaram-se sexo, raça/cor e faixa etária. O embasamento teórico incluiu cinco artigos (2020–2025) com foco na epidemiologia em questão, selecionados nas bases de dados PubMed, SciELO e Google Acadêmico, com os termos “anemia”, “mortalidade” e “deficiências nutricionais”.

Discussão e Conclusão

No período de 2020 a 2024, foram registrados 3.417 óbitos por AN no Brasil. O sexo feminino apresentou leve predominância, com 1.718 mortes (50,27%), frente a 1.699 (49,72%) em homens. A região Sudeste (SE) concentrou a maior proporção dos óbitos (37,37%), seguida pelo Nordeste (NE) (35,03%). Houve aumento expressivo das mortes após os 80 anos, totalizando 1.672 óbitos (48,93%), sendo 957 em mulheres e 715 em homens. Quanto à raça/cor, brancos e pardos foram os mais afetados, com 1.526 e 1.435 óbitos, respectivamente, somando 86,65% do total. Além disso, um estudo apontou prevalência de 23% de AN em gestantes brasileiras, sendo a Anemia Ferropriva (AF) a principal causa. Apesar de o SE apresentar os maiores números absolutos de óbitos por AN no Brasil, o NE registrou os maiores coeficientes proporcionais devido a população total de cada região, indicando uma sobrecarga persistente em territórios historicamente marcados pela IA e menor cobertura assistencial. Essa alta prevalência no NE sugere disparidades socioeconômicas, como menor acesso a serviços de saúde, dieta inadequada e maior incidência de doenças infecciosas, que agravam a anemia. A predominância feminina (50,27%) e a prevalência de 23% em gestantes reforçam a vulnerabilidade de mulheres, especialmente devido à AF, associada a necessidades nutricionais elevadas na gravidez. A concentração de óbitos em idosos (48,93%) pode indicar comorbidades e fragilidade na atenção primária. A distribuição racial (brancos e pardos, 86,65%) reflete a demografia, mas também é possível subnotificação em grupos minoritários. A investigação dos óbitos por AN revelou padrões marcados por desigualdades de sexo, idade e região, refletindo o impacto direto de fatores socioeconômicos e da IA. A maior vulnerabilidade de gestantes, idosos e populações do NE evidencia falhas na atenção básica e na equidade do acesso à saúde. É crucial investir em políticas públicas de nutrição e saúde para reduzir essas desigualdades. A repetição desse perfil ao longo do período analisado, sem redução consistente nos indicadores, aponta falhas nas estratégias atuais de enfrentamento à doença.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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