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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1370
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DEFICIÊNCIA DE FERRO POR CONSUMO CONCOMITANTE A ANEMIA DA INFLAMAÇÃO COMO MANIFESTAÇÃO HEMATOLÓGICA DE TUMOR SÓLIDO: RELATO DE CASO
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ABL Aragão, JL dos Santos, FS Santos, WMS Freitas, ÉV Silva, RS Silva, MAF Porto
Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Anemia é um dos principais sintomas hematológicos que se manifestam nos pacientes que possuem algum tipo de câncer e pode já indicar estágios mais avançados da doença ou uma neoplasia de crescimento rápido.

Descrição do caso

Mulher, 45 anos, residente em Aracaju, compareceu ao Ambulatório de Hematologia para investigação de anemia. Relatava anorexia, perda ponderal de 11 kg em 45 dias, astenia importante e rapidamente progressiva, mal estar progressivo, sem exteriorização de sangramentos. Comorbidades: Obesidade grau I, Hipertensão Arterial Sistêmica e tratamento prévio de Helicobacter pylori. De história prévia relevante: histerectomia total em 2024. Ao exame físico: Regular estado geral, mucosas hipocoradas 2+, sinais vitais estáveis. Exame cardiovascular, pulmonar e abdominal sem alterações. Exames trazidos pela paciente constavam Ultrassonografia de Abdome Total, Endoscopia Digestiva Alta e Colonoscopia sem alterações relevantes. Os exames laboratoriais apresentavam Hemoglobina (Hb) de 8,2 com VCM de 74, Reticulócitos 1,8, Plaquetas de 480 mil e Leucócitos de 6640 sem alterações da diferencial, Índice de Saturação de Transferrina (IST) 6%, Ferro 17, sorologias negativas, Lactato desidrogenase normal, vitamina B12 e Ácido Fólico normais, Fator Antinuclear positivo e demais provas negativas. Iniciado reposição de ferro, mas manteve ferropenia e IST de 10%, associado a elevação progressiva de ferritina (1325) e da Proteína C Reativa (PCR), que já era de 26. Paciente retornou duas semanas depois ao ambulatório com agravo dos sintomas, dor abdominal, piora da anemia e dos marcadores inflamatórios com PCR de 192 e VHS de 138. Foi então tomada a decisão de interná-la para melhor investigação. Realizada Tomografia de Abdome Superior e Inferior que evidenciou presença de massa sólida pélvica e, após biopsia, teve o diagnóstico de recidiva de adenocarcinoma de colo uterino de rápida evolução. Parâmetros hematimétricos mantinham-se com anemia microcítica, Hb de 7,7 e VCM de 76 e plaquetose de 466 mil, sendo optado por infusão de ferro via endovenosa 3 vezes por semana e também iniciado tratamento da neoplasia, cursando posteriormente com IST de 47%, Hb 10,3 VCM 93, Leucócitos 6710 e Plaquetas 285 mil. Impressão diagnóstica: Anemia ferropriva por consumo sem exteriorizar sangramentos concomitante com anemia da inflamação em paciente com neoplasia rapidamente progressiva e com melhora pelo uso de ferro endovenoso.

Conclusão

A anemia da inflamação pode estar relacionada a neoplasias e consiste em um importante diagnóstico a ser pensado. Geralmente, nesses casos, os valores da hemoglobina estão em torno de 8 a 10 g/dL e se associam com provas inflamatórias elevadas. Neste caso existiu concomitante à anemia da inflamação, uma deficiência de ferro por provável consumo pela neoplasia de crescimento rápido. O seu conhecimento como diagnóstico diferencial é de extrema importância, já que estudos mostram que 39% a 61% dos pacientes com neoplasia já apresentam anemia ao diagnóstico. Sendo assim, a deficiência de ferro por consumo pelo tumor com crescimento rápido pode coexistir com anemia inflamatória da própria neoplasia sendo importante estar atento a esse diagnóstico diferencial.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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