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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S193-S194 (Outubro 2022)
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BLINATUMOMAB NA LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA-B EM CONTEXTO DE PÓS-TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS: EXPERIÊNCIA DE DOIS SERVIÇOS DE REFERÊNCIA
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ML Puls, RL Silva, PA Fernandes, LAC Leite, GG Fabbron, JN Cavalcante, MCMA Macedo
Hospital Nove de Julho (H9J), São Paulo, São Paulo, Brasil
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Objetivos

Descrever a experiência do uso de blinatumomab no contexto de leucemia linfoide aguda da linhagem-B (LLA-B) pós-transplante alogênico de células tronco-hematopoiéticas (aloTCTH).

Material e métodos

Análise observacional, descritiva e retrospectiva de série de casos, realizado através da coleta de dados em prontuário eletrônico de pacientes com LLA-B que fizeram uso de blinatumomab pós-aloTCTH em duas instituições, referências em Hematologia no estado de São Paulo. Dados comparados com os disponíveis na literatura especializada via MedLine (acessada por PubMed).

Resultados

6 pacientes com LLA-B foram incluídos neste estudo. Extremos etários de 14 a 65 anos, 4 femininas e 2 masculinos. 2/6 com cromossomo Filadélfia (Ph) positivo. Por ocasião do aloTCTH, 2/6 pacientes estavam em 1ªremissão clínica (RC) em doença residual mínima (DRM) negativa, 3/6 em 2ªRC DRM negativa e 1/6 estava em 3ªRC DRM positiva (2ºaloTCTH). Foi utilizado blinatumumab em 2/6 casos previamente ao aloTCTH como estratégia para obtenção de RC. Os condicionamentos foram mieloablativos em 5/6 pacientes e o condicionamento de intensidade intermediária (RIC) foi usado em um caso para 2ºaloTCTH. 4/6 aloTCTHs foram haploidênticos (com ciclofosfamida pós) e 2/6 aparentados compatíveis. Condicionamentos usados: 2/6 – FluTBI; 1/6 – CyTBI; 2/6 – FluBu; 1/6 – FluBuTBI200. As recaídas ocorreram nos períodos D+40, +60, +120, +240, +15 meses e +18 meses pós aloTCTH. As recaídas ocorreram em medula óssea em 4/6 casos e extramedular em 2/6. Todos os pacientes receberam blinatumomabe como resgate pós-recaída pós-aloTCTH. O tratamento com blinatumomabe foi suspenso em 3/6 pacientes por toxicidades não-manejáveis (principalmente neurológica grau III e sepse). 2/6 pacientes apresentaram toxicidade manejável. Um paciente teve a medicação suspensa por falta de eficácia. Dois pacientes evoluiram em excelente resposta alcançando RC com DRM negativa, sendo que um deles teve nova recaída e evolução a óbito. O paciente que não apresentou resposta tinha recaída pós-aloTCTH exclusivamente extramedular. Houve ocorrência de doença do enxerto contra hospedeiro (DECH) grau III hepática em 1 dos casos após o uso do blinatumomab. 3/6 pacientes encontram-se vivos, sendo que, desses, 2/3 com DRM negativa.

Discussão

O blinatumomab é um anticorpo biespecífico de CD19 e CD3, com atividade anti-leucêmica policlonal proteolítica. É indicado em monoterapia para LLA-B recaída ou refratária e em recaída ou refratariedade após 2 inibidores de tirosina-quinase, se Ph positivo. Os efeitos adversos de neurotoxicidade e infecções podem ser limitantes da continuidade de seu uso, a depender da gravidade e ausência de melhora clínica. Ainda existe pouca descrição na literatura especializada de seu uso no contexto de refratariedade pós-aloTCTH e, em nossa experiência, tivemos uma incidência de toxicidades não-manejáveis maior do que a descrita habitualmente. Comorbidades associadas ao aloTCTH talvez contribuam para tais desfecho. Nos 3 casos que não necessitaram suspender blinatumomab por toxicidade terapêutica incontrolável, o único que não mostrou eficácia ocorreu na recaída estritamente extramedular.

Conclusão

O blinatumomab se mostrou tratamento promissor, com respostas satisfatórias e duradouras, no cenário de LLA-B recaída ou refratária pós aloTCTH, porém com eventos adversos potencialmente graves, como neuropatias e infecções, em um número considerável de casos.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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