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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S553-S554 (Outubro 2022)
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AVALIAÇÃO IMUNOFENOTÍPICA DE MONÓCITOS PERIFÉRICOS EM PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME EM CRISE VASO-OCLUSIVA E EM ESTADO DE CONVALESCENÇA
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CLDS Catãoa,b, EC Cardosoa,b, NP Garciaa,b, F Magalhães-Gamab,c, AM Tarragôa,b,d, A Malheiroa,b,d, NA Fraijia,b,d, EV Paulab, AG Costaa,b,c,d,e, PVS Netob,d
a Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Hematologia, Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Manuas, AM, Brasil
b Diretoria de Ensino e Pesquisa, Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (HEMOAM), Manuas, AM, Brasil
c Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Instituto René Rachou - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ Minas), Belo Horizonte, MG, Brasil
d Programa de Pós-Graduação em Imunologia Básica e Aplicada, Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manuas, AM, Brasil
e Escola de Enfermagem de Manaus, Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manuas, AM, Brasil
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Introdução

Os monócitos são células heterogêneas com alta plasticidade, que desempenham papéis cruciais na defesa do hospedeiro, homeostase e reparo tecidual. Em humanos, atualmente, podem ser classificados em três subpopulações fenotipica e funcionalmente distintas, denominadas de monócitos clássicos (CD14++CD16−), inflamatórios (CD14++CD16+) e patrulhadores (CD14+CD16++). No contexto da inflamação crônica, característica marcante da Anemia Falciforme (AF), as subpopulações de monócitos podem estar relacionadas com a gravidade da doença.

Objetivo

O presente estudo buscou realizar a caracterização hematológica e imunofenotípica das subpopulações de monócitos circulantes em pacientes com AF em crise vaso-oclusiva (VOC) e em estado de convalescença.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo observacional, do tipo longitudinal e prospectivo, realizado na Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (HEMOAM), centro de referência para o diagnóstico e atendimento de pacientes com AF no Estado do Amazonas. A população de estudo foi constituída por 20 pacientes com AF em episódios de VOC e 20 pacientes convalescentes, além de 10 indivíduos saudáveis que compuseram o grupo controle (GC). Os parâmetros hematológicos foram avaliados com o equipamento ADVIA® 2120i, Hematology System (Siemens Healthcare Diagnosis). A imunofenotipagem das subpopulações de monócitos foi realizada por citometria de fluxo. Para aquisição das amostras foi utilizado o citômetro de fluxo FACSCalibur (BD Biosciences). A análise imunofenotípica das subpopulações de interesse foi realizada através do software FlowJo (v10.8), enquanto a análise estatística foi realizada com o GraphPad Prism (v8.2).

Resultados e Discussão

Os resultados demonstraram uma diminuição significativa de hemoglobina (p < 0.0001) e aumento de RDW (p = 0,0012), contagem e volume médio de plaquetas (p < 0.0001 e p = 0.0101, respectivamente) e leucócitos totais (p = 0,0017) nos pacientes com VOC e em estado de convalescença em comparação ao GC. Em relação as subpopulações de monócitos, foi observado um aumento significativo na contagem de monócitos inflamatórios nos pacientes com AF (p < 0,0001), com percentual mais elevado no grupo VOC em comparação ao estado de convalescença. Além disso, foi observado um aumento na frequência de monócitos patrulhadores, no grupo VOC (p = 0,0058), em comparação ao GC. Podemos destacar que a monocitose é comum na AF e tem sido correlacionada positivamente com marcadores de hemólise e negativamente com o nível de hemoglobina. Além disso, estudos sugerem que a hemólise resulta em disfunção eritropoiética, com aumento da resposta imune e ativação de monócitos.

Conclusão

Assim, observou-se aumento no percentual de subpopulações de monócitos nesses pacientes, o que pode estar envolvido com um quadro inflamatório mais agudo, como a VOC, além de gerar complicações para os pacientes com AF. Ressaltamos que estudos adicionais são necessários para avaliar a contribuição dos monócitos na fisiopatologia na anemia falciforme.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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