Introdução: Tradicionalmente, os concentrados de células progenitoras hematopoéticas do sangue periférico (CPH-SP) são criopreservados antes de serem utilizados em transplantes autólogos. Entretanto, nos últimos anos, estudos têm indicado que é possível realizar, com segurança, alguns transplantes sem a necessidade de criopreservação dos produtos, reduzindo os efeitos adversos relacionados à infusão do DMSO e os custos do processo. É recomendado que, se a contagem de leucócitos do CPH-SP exceder 200×10 e 6 células/mL ou se contiver uma grande proporção de granulócitos maduros (frequente nas coletas de paciente mobilizados apenas com filgrastima), que o produto seja diluído, preferencialmente com plasma do próprio doador, para melhor preservação da viabilidade celular. Estima-se que, em produtos com essa concentração celular, armazenados sob refrigeração (2̊ a 8°C) por 72h, pode haver queda de aproximadamente 30% da viabilidade das células CD34+. Objetivo: Avaliar criticamente as características dos produtos celulares recebidos para criopreservação visando a possibilidade de uso a fresco, sem necessidade de conduta adicional. Material e métodos: Realizada análise retrospectiva dos dados dos produtos recebidos para processamento pelo Centro de Processamento Celular (CPC) até 12/19, coletados com o equipamento Spectra Optia Versão 11 (Terumo BCT, Lakewood, Colorado, USA) em uso rotineiro na nossa instituição desde 02/16. Os dados descritivos foram apresentados com mediana (mínimo e máximo). Resultados: Foram recebidos 587 produtos com as seguintes características: volume inicial (mL): 284,9 (35,6–601,2); contagem de leucócitos (WBC ×10 e 6/mL): 289,2 (49,1–958,7); hematócrito (HCT %): 3,6 (0,5–13,2). Contagem de leucócitos do produto (sub-análise): < 200×10 e 6/mL: 165,2 (49,1 –199,5; n=136, 23%); > 200 e < 300×10 e 6/mL: 256,7 (200,1–296,9; n=182, 31%); > 300 e < 400×10 e 6/mL : 351,1 (300,3–396,9; n=128, 22%); > 400 e < 500×10 e 6/mL: 436,0 (400,2–498,4; n=92, 16%); < 500×10 e 6/mL: 588,5 (503,9–958,7; n=49, 8%). Discussão: Desde o início das coletas com a Spectra Optia percebemos que a contagem de leucócitos (×10 e 6/mL) dos produtos foi, em média, muito superior à dos produtos coletados com outros equipamentos. Recentemente, com a perspectiva de demanda para a realização de transplantes com produtos a fresco por um Centro Transplantador conveniado ao nosso serviço, realizamos uma análise crítica da nossa rotina para verificar a possibilidade de atendimento. Consideramos que uma boa estratégia seria prever explicitamente a possibilidade de utilização do produto a fresco nos formulários de coleta e processamento de forma que o Centro de Coleta possa, nesses casos, adicionar, ao final do procedimento, em sistema fechado, plasma do doador em igual volume ao do produto. Com essa simples conduta, 75% dos produtos preencheriam os critérios recomendados para uso a fresco. Os demais produtos poderiam ser diluídos no laboratório, em sistema fechado, com solução de albumina humana 4%, ACD-A 10% em solução de NaCl 0,9%. Conclusão: A maioria das unidades de CPH-SP avaliadas possuíam contagem de leucócitos superior ao recomendado para utilização a fresco. É importante que os CPC se organizem junto aos Centros de Coleta e aos Centros Transplantadores para permitir o fornecimento de produtos adequados para uso a fresco.
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