Introdução: Os protocolos de criopreservação de células progenitoras hematopoéticas coletadas do sangue periférico (CPH-SP) utilizam o dimetilsulfóxido (DMSO) como principal agente crioprotetor. Entretanto, o DMSO é toxico para o paciente, sendo que doses superiores a 1g (aproximadamente 1 mL) por Kg podem causar efeitos adversos graves. Em 2014, o grupo de transplantadores de sangue e medula da Europa (EBMT – European Blood and Marrow Transplant Group) orientou padronização de protocolos de criopreservação com doses reduzidas de DMSO a fim de reduzir a toxicidade e a morbidade relacionada ao procedimento. Nesse sentido, no nosso serviço, padronizamos como solução crioprotetora (concentração final) o DMSO 5% + Hidroxietilamido (HES) a 5% + ACD 5% em solução albumina humana a 3% e, na indisponibilidade do HES, utilizamos DMSO 10% + ACD 5% em solução albumina a 3%. Além disso, em todos os casos em que a dose final de DMSO a ser infundida for superior a 0,5 g/kg de peso corporal, solicitamos ciência formal de um dos médicos da equipe de transplante, a fim de alertá-los sobre o maior risco de efeitos adversos e permitir a definição, com antecedência, da melhor estratégia para o transplante (lavagem ou infusão fracionada das bolsas). Objetivo: Foi avaliar os efeitos adversos potencialmente relacionados com a infusão dos CPH-SP processadas pelo Centro de Processamento Celular (CPC) do Cetebio entre 05/14 e 12/19. Material e métodos: Realizou-se uma análise retrospectiva dos efeitos adversos relacionados com a infusão das CPH-SP. Os dados foram informados pelos Centros Transplantadores por meio de preenchimento de formulários padronizados. Resultados: Foram processados CPH-SP para tratamento de 660 pacientes sendo que, 589 (89%) foram transplantados. Recebemos retorno com os dados da infusão de 453 (77%) pacientes. A dose mediana de DMSO infundida foi 0,18 (0,05–0,95) g/kg de peso corporal. Os efeitos adversos relatados pelos Centros Transplantadores foram: náusea 54 (12%), vômito 44 (10%), hipertensão 7 (1,6%), rubor 6 (1,3%), dessaturação 5 (1,1%); hemoglobinúria 4 (<1%); calafrios 3 (<1%), dispneia 3 (<1%), febre 3 (<1%), sensação de prurido em orofaringe 3 (<1%), diarreia 2 (<1%), cólica abdominal 2 (<1%), cefaleia 1 (<1%), “paralisia de língua” 1 (<1%), hipotensão 1 (<1%), taquicardia 1 (<1%), tosse 1 (<1%), tremores 1 (<1%). A mediana de enxertia de granulócitos (n=468) foi 11 (8–33) dias sendo que apenas 8 (1,7%) pacientes apresentaram enxertia entre o D+16 e o +20 e apenas 3 (0,6%) após o D+20. Discussão: Os dados obtidos demonstram que o método de processamento e as soluções de criopreservação utilizadas pelo nosso CPC são seguras, visto que os efeitos adversos apresentados em sua maioria não apresentam sinais de gravidade e os pacientes apresentaram enxertia adequada. Devido à baixa incidência de efeitos adversos, não julgamos necessário avaliá-los conforme o tipo de solução de criopreservação utilizada. Conclusão: É possível utilizar protocolos com doses reduzidas de DMSO na solução de criopreservação aumentando a segurança e reduzindo a morbidade relacionada ao DMSO.
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