Compartilhar
Informação da revista
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S629 (Outubro 2022)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S629 (Outubro 2022)
Open Access
AVALIAÇÃO DE EVENTOS CARDIOVASCULARES PÓS-COVID-19 EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA
Visitas
389
ALZM Oliveiraa, LVDN Fechiob, ACM Torelic, GO Duarteb, S Medinab, F Pericoleb, CA Souzaa,c, KBB Pagnanoa,b
a Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
b Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
c Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
Mais dados
Objetivos

Avaliar a ocorrência de eventos cardiovasculares tardios em pacientes com Leucemia Mieloide Crônica (LMC) pós COVID-19.

Material e Métodos

Estudo prospectivo, observacional, em andamento. Os pacientes com LMC que apresentaram COVID-19 serão seguidos por um ano após a data do COVID-19 para avaliação do aparecimento de eventos cardiovasculares. Os pacientes com LMC com que não apresentaram COVID-19 serão avaliados como grupo controle. Foram coletados dados referentes aos antecedentes cardiovasculares, fatores de risco (hipertensão, diabetes, dislipidemia, obesidade), dados do tratamento da LMC e o surgimento de eventos cardiovasculares após a COVID-19. Eventos considerados nesta análise: hipertensão, arritmias, aterosclerose coronariana, insuficiência cardíaca, Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto.

Resultados

Do fevereiro de 2020 até junho de 2022 foram avaliados 230 pacientes com LMC quanto à ocorrências de eventos cardiovasculares, 53,5% do sexo masculino. 31% dos pacientes tinham antecedente de alguma doença ou evento cardiovascular prévio; 36% eram hipertensos, 17,8% diabéticos e 7% apresentavam dislipidemia. Tratamento atual da LMC: imatinibe 49%, dasatinibe 20%, nilotinibe 9,5%, bosutinibe 1,3%, ponatinibe 1%, TMO 0,5%, hidroxiureia 0,5%, descontinuação de terapia – 17%. Dessa população, 48 de 231 tiveram COVID-19 (21%) e houve dois casos suspeitos. A mediana de idade dos pacientes com COVID-19 foi de 49 anos (28‒85). Até o momento da análise 29/49 (60%) dos casos tinham seguimento de um ano ou mais após COVID-19. Houve 3 eventos cardiovasculares nesse período: um infarto agudo do miocárdio em um paciente em uso de dasatinibe e dois AVC, um em um paciente tratado com imatinibe e outro em um paciente de 80 anos tratado com dasatinibe. Esse paciente teve o AVC 2 meses antes de apresentar COVID-19. Não observamos eventos cardiovasculares após COVID-19 na população analisada.

Discussão

Além das manifestações agudas pós COVID-19, atualmente tem sido descritas complicações cardiovasculares a longo prazo em indivíduos previamente saudáveis. Tanto a infecção sintomática pelo SARS-CoV-2 quanto a assintomática está associada maior risco dessas complicações e tem efeito causal em todas as causas de mortalidade no período tardio pós COVID-19. As complicações tardias pós COVID-19 em pacientes com LMC ainda não foram estudadas. Nessa análise preliminar observamos poucos eventos cardiovasculares nos pacientes com LMC, não relacionados a COVID-19.

Conclusão

Até o momento não observamos maior risco de evento cardiovascular tardio pós COVID-19 em pacientes com LMC. Será necessário o acompanhamento por maior tempo da população estudada para melhor avaliação dos efeitos cardiovasculares tardios.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas