
Avaliar o perfil dos candidatos à doação de plaquetaférese no Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo (SHHSVP), Passo Fundo/RS, verificando os parâmetros pré-doação a fim de prevenir riscos e reações adversas para o doador.
Material e métodosColetou-se 4ml de sangue em tubo contendo EDTA de todos os candidatos à doação de plaquetaférese no SHHSVP e realizado um hemograma com plaquetas no equipamento Micros ES60 – Horiba. O peso e a altura dos candidatos foram registrados na pré-triagem. Os dados foram inseridos em planilha Excel para avaliação da volemia, total de plaquetas circulantes e percentual de plaquetas a ser coletado. O período de avaliação foi de fevereiro a dezembro/2021.
ResultadosForam avaliados 915 doadores, sendo 75 (8,2%) do sexo feminino, destes 67 (89,3%) atenderam os critérios de plaquetas circulantes para realizar a doação e apresentaram média de volemia de 4.383,4mL (3.652,4-5.1187,6 mL), média de contagem de plaquetas de 272,3 × 103/μL (194-373 × 103/μL) e média de plaquetas circulantes de 11,9 × 1011 (9,1-17,1 × 1011). Ainda do sexo feminino, 8 (10,7%) candidatos não atenderam aos requisitos para doação, sendo a média de volemia de 4.034,3mL (3.745,2-4.398,5 mL), média de contagem de plaquetas 194,7 × 103/μL (164-220 × 103/μL) e média de plaquetas circulantes de 7,8 × 1011 (7,0-8,6 × 1011). Do sexo masculino foram 840 candidatos (91,8%), desses 787 (93,7%) atenderam os critérios para doação de plaquetas e apresentaram média de volemia de 5.683,2 mL (4.576,7-7.896,2 mL); média de contagem de plaquetas de 246,5 × 103/μL (164-423 × 103/μL) e média de plaquetas circulantes de 14,0 × 1011 (8,3-24,0 × 1011). Dos 53 candidatos do sexo masculino (6,3%) que não doaram, a média de volemia foi de 5.553,5mL (4.856,6-6.416,1 mL); média de contagem de plaquetas de 165,1 × 103/μL (114,0-185,0 × 103/μL) e média de plaquetas circulantes de 9,1 × 1011 (6,8-10,7 × 1011).
DiscussãoO procedimento de doação de plaquetaférese consiste na obtenção de concentrado de plaquetas em maior quantidade e de um único doador, com retorno dos hemocomponentes remanescentes à corrente sanguínea, utilizando um equipamento separador de células, específico e automatizado e um conjunto estéril de bolsas descartáveis (Silva, et al. 2021). Conforme Duarte et al. 2021, a coleta por aférese consiste em uma modalidade efetiva que permite uma otimização de estoque, o que torna esse tipo de doador fundamental para que essa boa prática ocorra e o seu bem estar deve ser uma preocupação constante. Nesse mesmo estudo, Duarte et al. 2021, após avaliação de doadores de plaquetaférese de repetição, nenhum doador teve sua doação impedida por alterações no hemograma, o que não foi verificado em nosso estudo, já que uma pequena parte dos doadores teve sua doação rejeitada por alterações no hemograma. Em seus estudos Silva, et al. 2021 e Branco et al. 2016, encontraram um maior número de doadores do sexo masculino, isso se deve aos critérios para doação de plaquetaférese, especialmente, veia calibrosa, hematócrito e hemoglobina mais altos (Portaria de Consolidação n°5, 2017), o que também foi evidenciado em nosso estudo.
ConclusãoOs dados obtidos demonstram que a adoção de critérios rígidos para doação de plaquetas não prejudica o número de doadores, pois a maioria dos candidatos é aprovado para realizar o procedimento, garantindo assim, o bem estar dos doadores.