Compartilhar
Informação da revista
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S521 (Outubro 2021)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S521 (Outubro 2021)
Open Access
ASSOCIAÇÃO ENTRE TIPO SANGUÍNEO ABO E RESULTADO DO RT-PCR PARA SARS-COV-2
Visitas
1262
CR Pereira, EMR Andrade, SAM Zillig, AA Araújo, PST Russo, WH Prieto, MCT Pintao, A Pelegrini
Grupo Fleury, São Paulo, SP, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 43. Núm S1
Mais dados
Introdução

Estudos apontam relação entre grupos sanguíneos e diversas condições clínicas como, por exemplo, eventos trombóticos, doença de von Willebrande doenças infecciosas como SARS-CoV-1, H. pylori entre outros. Associação entre maior susceptibilidade à COVID-19 e pior evolução em indivíduos do grupo sanguíneo A vem sendo estudada por diversos grupos.

Objetivo

Neste estudo, analisamos a correlação entre os grupos sanguíneos ABO e resultado do teste para o vírus SARS-CoV-2 por RT-PCR em um laboratório de análises clínicas com grande fluxo de amostras representativas das cinco regiões do Brasil.

Material e métodos

Os dados foram obtidos do banco de dados do laboratório referente a 20 anos de registro, analisados de forma anonimizada e de acordo com as regras que regem a lei geral de proteção de dados (LGPD). Os registros possuem um identificador numérico único que leva em conta CPF e data de nascimento e todas as análises foram feitas considerando-se esta identificação. Foram obtidas as tipagem sanguínea ABO/Rh e os resultados de RT-PCR para SARS-CoV-2. Para este último, os indivíduos foram classificados “covid-positivo”quando ao menos um exame resultou positivo. Os demais foram considerados “covid-negativo”. As análises foram realizadas no banco de dados obtido do cruzamento do banco de indivíduos únicos com tipagem sanguínea e ao menos um teste para COVID-19. Análise estatística foi realizada do teste chi-quadrado de Pearson e V-quadrado de Cramér.

Resultados e discussão

Foram identificados 66.181 indivíduos que realizaram tipagem sanguínea e ao menos um teste para SARS-CoV-2. A distribuição global dos grupos ABO é a que segue: grupo O 44%, grupo A 41%, grupo B 11% e grupo AB 4%, compatível com a distribuição dos grupos no Brasil (O 45%, A 42%, B 10% e AB 3%).Do total de indivíduos estudado, 21% (13.617) apresentou ao menos um resultado positivo para SARS-CoV-2, distribuídos da seguinte forma por grupo sanguíneo: tipo O 42%, A 42%, B 12% e AB 4%. A distribuição dos grupos sanguíneos entre os indivíduos negativos para SARS-CoV-2 foi: tipo O 44%, A 41%, B 11% e AB 4%. As análises consideraram grupo ABO e Rh. Foi realizado um teste chi-quadrado de independência de variáveis e verificou-se associação positiva entre o tipo sanguíneo e a infecção por COVID-19 (χ2 = 27,273, df = 7, p = 0,0002975).O teste pós-hoc de comparação entre status de COVID-19 e tipo sanguíneo sugere associação entre o tipo B- e infecção por COVID-19 (p = 0.0407700).Entretanto, este dado não foi confirmado por análise adicional pelo teste V de Cramér, sugerindo que o efeito observado está provavelmente associado ao grande número de amostras do que uma associação real entre as variáveis.Sabe-se que a testagem para COVID-19 pode resultar em falso negativo quando realizada fora da janela de maior sensibilidade para detecção do vírus. Deve-se considerar que, na presente análise, a informação sobre início dos sintomas e data de realização do teste não está disponível. Entretanto, o grande número de casos analisados diminui o impacto da ausência desta informação. Outro ponto importante a ser considerado é que não foram avaliados parâmetros de evolução clínica dos pacientes, sendo os dados restritos à presença ou não de diagnóstico positivo para COVID-19.

Conclusão

Não foi demonstrada associação entre o tipo sanguíneo e a suscetibilidade a infecções por COVID-19 no grupo analisado.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas