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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1108 (outubro 2024)
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ANTICOAGULAÇÃO EM PACIENTES INTERNADOS POR COVID-19: QUAL A ABORDAGEM IDEAL?
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LG Yamashitaa, AS Limaa, ACM Arenghia, CT Buzoa, FAA Paranaibaa, GS Diasa, GJ Ribeiroa, LB Teodoroa, RM Almeidaa, PEM Floresb
a Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, SP, Brasil
b Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

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Objetivos

A infecção por COVID-19 sabidamente gera um estado de hipercoagulabilidade que facilita eventos trombóticos. Até recentemente, havia poucas evidências sobre a melhor abordagem de anticoagulação - profilática ou terapêutica - para pacientes hospitalizados, tendo em vista mortalidade, eventos adversos, tempo de internação e custo-efetividade. Com esse objetivo, foi feita uma revisão da literatura sobre o tema.

Material e método

Trata-se de uma revisão integrativa literária com abordagem qualitativa sob o tema proposto. Utilizou-se as bases de dados “Pubmed”, “Embase” e “The Cochrane Library” oriundo dos descritores “Anticoagulação”, “COVID-19”, “Hospitalização”e “Profilaxia”. Foram selecionados artigos publicados dos últimos 5 anos, resultando em 396 artigos em português e inglês, dos quais 17 foram escolhidos.

Resultados e Discussão

A coagulopatia associada à COVID-19 está ligada a morbidade e mortalidade significativas. O SARS-CoV-2 afeta as células pulmonares através de enzimas conversoras de angiotensina (ECA), causando uma resposta inflamatória intensa e hipercoagulabilidade. As células imunológicas ativam o sistema complemento, comprometendo a coagulação e interrompendo a fibrinólise, o que favorece a formação de trombos. A doença pode cursar com disfunção orgânica, sendo que o estado de hipercoagulabilidade na sepse denominado coagulopatia induzida por sepse (SIC) antecede a coagulação intravascular disseminada (CIVD). Além disso, a doença progride com aumento gradativo dos níveis de D-dímero, elevando as taxas de mortalidade. O uso de anticoagulantes é fundamental na gestão da hipercoagulabilidade. Estudos sobre anticoagulação profilática em pacientes hospitalizados com COVID-19 indicam que a heparina profilática reduz a mortalidade significativamente; de acordo com um estudo coorte de destaque, a taxa corresponde a 27% nos primeiros 30 dias de internação sem amplificar o risco de sangramentos graves. Contudo, não há consenso quanto à dosagem. Metanálise e estudo coorte sugerem que a anticoagulação profilática é superior na eficácia e segurança em pacientes moderados a graves comparada à anticoagulação intermediária e terapêutica. No entanto, outros trabalhos apontam vantagem na abordagem terapêutica, nos desfechos de mortalidade e necessidade de internação, embora com maior risco de sangramentos. Segundo a Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH), é sugerido que pacientes hospitalizados não gravemente enfermos selecionados recebam a dose terapêutica, enquanto pacientes mais graves recebam anticoagulação profilática. A discussão na literatura sobre a abordagem ideal é controversa, no quesito redução da mortalidade e eventos adversos, mas há consenso quanto à individualização do tratamento como base da tomada de decisão.

Conclusão

O debate sobre o ideal esquema de anticoagulação continua, sendo necessária a individualização do tratamento conforme a gravidade e a história clínica do paciente, ponderando a opção mais prudente acerca do risco de sangramento e morbidade pelo uso de anticoagulante. Portanto, reafirma-se a atual recomendação da ISTH ao dar preferência a tromboprofilaxia em hospitalizados por Covid-19, reservando a dose terapêutica para casos individualizados, com fatores de risco adicionais.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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