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Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S342-S343 (outubro 2024)
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ANÁLISE TEMPORAL DE 2013 A 2023 ACERCA DOS NOVOS CASOS DE LEUCEMIA MIELOIDE TRATADOS COM RADIOTERAPIA NO BRASIL.
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MLP Pereiraa, JA Souzaa, LGSR Fernandesa, IJL Ferreiraa, HS Bellettinib
a Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, SP, Brasil
b Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

A leucemia mieloide é uma doença maligna caracterizada pela proliferação anormal das células mieloides. Essa patologia afeta o tecido hematopoiético e é dividida em leucemia mieloide aguda (LMA) e leucemia mieloide crônica (LMC). A LMA é caracterizada pelo rápido desenvolvimento e pela presença excessiva de células imaturas na medula óssea e no sangue, enquanto a LMC desenvolve-se lentamente e em células mais maduras. O tratamento pode ser realizado de diversas formas, sendo a radioterapia uma de destaque, principalmente em pacientes com LMA.

Objetivos

Analisar e descrever o perfil de incidência dos diagnósticos de leucemia mieloide no período de 2013 a 2023 tratados por radioterapia no Brasil, com o intuito de fornecer uma compreensão abrangente do seu padrão de distribuição e do seu impacto na saúde pública nacional.

Material e métodos

Este estudo adota uma abordagem descritiva e quantitativa, com uma análise retrospectiva de séries temporais. Os dados foram coletados da plataforma DataSUS, na aba “Tempo até o início do tratamento oncológico – PAINEL – oncologia”, e foram incluídos todos os diagnósticos notificados de leucemia mieloide tratados com radioterapia no Brasil entre 2013 e 2023. Para o país e para cada região, as variáveis analisadas foram: “ano de maior incidência”, “ano de menor incidência” ou “ano de inexistência de casos” e tendência estatística. Os dados coletados foram tabulados e analisados utilizando testes estatísticos com significância de 5%.

Resultados

No Brasil, entre 2013 e 2023, ocorreram 241 novos casos de leucemia mieloide tratados com radioterapia. O ano de maior incidência foi 2020, totalizando 29 casos (12,03%), enquanto o ano de menor incidência foi 2014, totalizando 13 casos (5,39%). Os números ao longo da década indicam uma tendência de aumento dessa condição no país (β = 0.9273, [95% CI, 0.2593 a 1.595], p = 0.0119). Em relação às regiões, o Sudeste se destacou das demais, com 144 casos registrados (59,75%), seguido pela região Sul, com 49 casos (20,33%). As duas regiões com menor incidência foram a Norte e a Centro-Oeste, com 11 casos (4,56%) e 10 casos (4,15%), respectivamente. O Sudeste foi a única região que apresentou tendência de aumento nos casos (β = 1.418, [95% CI, 0.6517 a 2.185], p = 0.0024) e foi a região que apresentou a maior incidência desse quadro em todos os anos da década analisada, com exceção do ano de 2014, quando atingiu sua menor incidência (n = 2). A região sul foi a única que apresentou tendência de diminuição das ocorrências (β = -0.7818, [95% CI, -1.082 a -0.4812], p = 0.0002), não registrando casos em 2021.

Discussão

A discrepância no número de diagnósticos de leucemia mieloide tratados por radioterapia entre as regiões brasileiras pode estar relacionada a fatores como a diferença expressiva no tamanho populacional, maiores investimentos em detecção e tratamentos nas regiões com maior poder econômico e diferença na acessibilidade a esses serviços devido a localizações geográficas remotas ou condição econômica.

Conclusão

Entre os principais achados, destaca-se que o Sudeste apresentou o maior número de casos e que há uma tendência de aumento desse quadro nacionalmente. Observa-se que esse estudo sobre os diagnósticos de leucemia mieloide tratados com radioterapia no Brasil pode influenciar políticas de saúde pública, visando expandir e melhorar unidades de diagnóstico e tratamento oncológicos em território nacional.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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