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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S342 (outubro 2024)
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HEMO 2024
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IMPACTO CLÍNICO DA EXPRESSÃO DO GENE ID1 NA LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA
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BV Alcântaraa, LCA Kouryb, RAM Meloc, ABF Gloriad, EC Nunese, LL Figueiredo-Pontesb, F Trainab, BKL Duartef, EM Regog, AR Lucena-Araujoa
a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
b Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
c Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
d Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
e Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
f Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
g Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
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HEMO 2024

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O inibidor de ligação ao DNA 1 (ID1) tem sido frequentemente associado com o início e progressão de diversos tumores humanos devido às suas funções reguladoras em vias de proliferação e diferenciação celular. Na leucemia mieloide aguda (LMA), um crescente número de evidências sugere que a alta expressão desse gene pode afetar tanto a leucemogênese quanto o prognóstico dos pacientes. No entanto, pouco se sabe sobre o papel do ID1 na leucemia promielocítica aguda (LPA), uma doença que, embora tenha um prognóstico favorável, ainda apresenta um número significativo de recaídas em pacientes tratados com ácido all-trans retinoico (ATRA) e quimioterapia.

Objetivos, materiais e métodos

Utilizando a reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR), investigamos a expressão aberrante do gene ID1 em 226 amostras de medula óssea de pacientes adultos com LPA tratados com ATRA e quimioterapia, incluídos no estudo IC-APL (International Consortium on Acute Promyelocytic Leukemia) e associamos esses achados com os principais desfechos clínicos da doença.

Resultados

No geral, 186 (82%) dos 226 pacientes alcançaram remissão hematológica completa (RC). O tempo médio para atingir a RC foi de 39 dias (intervalo: 12-389 dias). 22 pacientes tiveram morte precoce ocasionada por hemorragia (n = 16), seguida por infecção (n = 5) e síndrome de diferenciação (resistência ao ATRA, n = 1). Pacientes com alta expressão de ID1 tiveram menor taxa de remissão completa (73%) em comparação com aqueles com baixa expressão de ID1 (85%) (p = 0,046). O tempo médio de acompanhamento entre os sobreviventes foi de 39 meses (intervalo de confiança [IC] de 95%: 36-43 meses), com SG (sobrevida gobal) estimada em 5 anos de 74% (IC 95%: 68-80%) e sobrevida livre de doença estimada em 5 anos de 84% (IC 95%: 78–90%). Além disso, os pacientes com alta expressão desse gene tiveram uma menor SG (41%, IC 95%: 28–54%), quando comparados aos pacientes de baixa expressão (83%, IC 95%: 76–89%) (p < 0,001). De forma semelhante, pacientes de alto risco (ou seja, aqueles com contagem de leucócitos > 10 × 109/L) com alta expressão de ID1 apresentaram uma taxa de SG significativamente menor (23%, IC 95%: 8–42) do que aqueles com baixa expressão de ID1 (62%, IC 95%: 45–75) (p = 0,0047).

Discussão

Corroborando nossos achados, a literatura relata maiores níveis de expressão de ID1 associados a desfechos clínicos mais desfavoráveis em outras neoplasias humanas, incluindo LMA (não-LPA). Recentemente, nosso grupo demonstrou que a superexpressão do ID1 foi um fator preditor para uma menor SG.

Conclusão

Assim, concluímos que a expressão aberrante do ID1 pode subestratificar pacientes de alto risco, identificando aqueles com maiores chances de recaída, pelo menos quando o tratamento é à base de ATRA e quimioterapia. Ademais, como já proposto por nosso grupo e outros, esses resultados podem ser úteis para refinar a estratificação do risco de recaída de acordo com o perfil molecular do paciente, possibilitando intervenções precoces, independentemente da contagem de leucócitos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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