
Analisar o perfil dos doadores de plaquetaféreses do Banco de Sangue Santa Marcelina, no ano de 2021, seguido da análise dos procedimentos correlacionando com características dos doadores.
Material e métodosColeta de dados dos procedimentos de plaquetaféreses realizados em 2021 no Banco de Sangue Santa Marcelina.
ResultadosFeito, em 2021, 1104 procedimentos de plaquetaféreses em 466 doadores. Executados na MCS+®, 67% (736 procedimentos) e na TRIMA®, 33% (368 procedimentos). Desses 466 doadores, 78% (365 doadores) eram homens e 22% (101) mulheres. Em relação a idade, 70% (325 doadores) na faixa etária de 30-49 anos, 1% (4) tinham mais de 60 anos. Doadores com sobrepeso foram os mais comuns, 51% (239), com índice de massa corpórea (IMC) entre 25-29,9, obeso grau I (IMC 30-34,9) presente em 26% (120), 17% (78) na faixa normal (IMC 18,5-24,9) e 2% (9), sendo 6 homens e 3 mulheres, tinham obesidade grau III (IMC ≥40). A contagem plaquetária prévia em 49% (227) variou entre 200.000 e 269.999/mm3, em 29% (133) entre 150.000-199.999/mm3, 2% (7) apresentavam plaquetas acima de 320.000/mm3. Mais da metade desses doadores, 52% (244), fizeram apenas um procedimento de plaquetáferese em 2021, e no geral, 93% (435) fizeram de 1-6 procedimentos no ano, o máximo de coletas foi de 14 vezes em um doador. Em 61% (284) dos doadores, a volemia sanguínea variou entre 4.100 e 5.299ml, 5% (22) doadores tinham entre 3500 e 4099ml e 5% (23) tinham mais de 6500ml. Em 64% (706) dos procedimentos, o tempo variou entre 60 e 89 minutos, houve 1% (14) procedimentos que, devido intercorrências variadas, o tempo ficou entre 0 e 30 minutos e não houve coleta de produto viável, sendo 8 interrupções na MCS+ e 6 na TRIMA. Em 23% (86/368) dos procedimentos na TRIMA foi possível realizar em menos 60 minutos, e apenas em 5% (36/736) na MCS+, mas, o tempo médio, entre 1 hora e 1h30min, foi similar, 63% (462/736) na MCS+ e 66% (242/368) na TRIMA. Na maioria dos procedimentos, 60% (659), coletou-se uma plaquetaféreses simples, e em 37% (413) foi possível coletar uma dupla, separando por máquina, a TRIMA coletou mais duplas 56% (205/368) contra 28% (208/736) na MCS+. O procedimento removeu de 0,0 a 50% das plaquetas circulantes, em 76% (840) retirou entre 20-39,9%. Após o procedimento, a contagem plaquetária remanescente estimada ficou acima de 100.000/mm3 em 100% dos doadores.
DiscussãoA doação de plaquetaféreses contribui para manutenção dos estoques, pois de um doador é possível coletar o equivalente a 6 ou 12 unidades de randômicas, se for bolsa simples ou dupla, e são desleucocitadas durante o processamento com baixa contaminação de hemácias. Em nosso serviço, a maioria dos doadores são do sexo masculino, acima de 30 anos, com excesso de peso e contagem prévia de plaquetas acima de 200.000/mm3. Em 2021 ainda havia muitas restrições por causa da pandemia de Sars-Cov-2, isso poderia explicar o porquê 52% dos doadores fizeram apenas uma doação neste ano avaliado. Bolsas duplas foram obtidas com mais frequência na TRIMA, porém, nem todos os doadores têm um acesso venoso bom para TRIMA e a realizamos muito mais procedimentos na MCS+ em nosso serviço. Na MCS+ o tempo de procedimento foi maior que na TRIMA, a primeira é de fluxo descontínuo e a segunda contínuo, essa diferença de tempo é de conhecimento geral. Conforme recomendação, nenhum doador terminou o procedimento com plaquetas estimadas menor que 100.000/mm3.
ConclusãoOs equipamentos avaliados são seguros e tem diferenças de processos que auxiliam o serviço a ampliar as opções de doadores sem comprometer a qualidade. Deve-se adotar os cuidados previsto na legislação em relação a seleção e proteção e estimular as doações de repetição, que são permitidas até 24 vezes por ano.