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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S445-S446 (October 2023)
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HEMO 2023
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USO DE LUSPATERCEPTE EM NEOPLASIA MIELODISPLÁSICA COM SIDEROBLASTOS EM ANEL
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MSP Pedrosaa, AGED Santosb, JC Amarantec, FL Sousac, TMB Silveirac
a Universidade Nilton Lins (UNL), Manaus, AM, Brasil
b Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Mogi das Cruzes, SP, Brasil
c AC Camargo Câncer Center, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

As neoplasias mielodisplásicas/SMD é um grupo de neoplasias hematológicas caracterizadas por um distúrbio clonal de células-tronco hematopoiéticas que pode acarretar displasia e hematopoiese ineficaz na medula óssea (MO). Pode ocorrer devido a diversos mecanismos, como a exposição a produtos químicos e a agentes quimioterápicos ou pode ser idiopática, mais comum na população idosa.

Objetivo

O objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma paciente com diagnóstico de SMD/NMP com mutação genética de alto risco em uso de Luspatercepte por anemia refratária com sideroblastos em anel.

Relato de caso

Paciente do sexo feminino, 67 anos, em 2016 evidenciado em exames anemia macrocítica com hipótese inicial de anemia megaloblástica. Realizada reposição de vitamina B12, sem melhora satisfatória da anemia. Prosseguido com avaliação medular com mielograma, evidenciando MO hipercelular sem evidências de alterações citomorfológicas atípicas com 15% de sideroblastos em anel, cariótipo 46 XX e biópsia de MO demonstrando megacariócitos atípicos (30%) e diseritropoese discreta, além de 2% de células CD34, corroborando para o diagnóstico de SMD. Realizado seguimento, porém cursou com necessidade de tratamento com eritropoetina devido à anemia. Evoluiu com plaquetose, refratariedade à terapia e passou a apresentar blastos (1%) em sangue periférico, sendo realizado novo estudo medular devido a hipótese de evolução clonal da SMD. Nesse momento, MO hipercelular com diseritropoiese e dismegacariopoese com 64% de sideroblastos em anel e 2,8% de blastos, cariótipo t(3;12)(q26;p13). O painel mieloide NGS identificou variante patogênica do gene SF3B1, fusão envolvendo os genes ETV6-MECOM e uma variante no gene GATA2, sendo classificada com IPSS risco intermediário 1. Dado o quadro, foi iniciado Luspatercepte em 2022 na tentativa de manutenção do alvo de hemoglobina com diminuição da necessidade transfusional. Mantinha plaquetose, com aumento dos níveis plaquetários após introdução da medicação, sendo tentado controle plaquetário com uso de Hidroxiureia sem êxito e, posteriormente, com Anagrelide apresentando flutuações dos níveis plaquetários.

Discussão

Mutações no gene SF3B1 podem ser observadas em 20% a 30% das SMD e em mais de 80% daquelas com sideroblastos em anel, sendo associada a melhor sobrevida global e menor risco de evolução para leucemia mieloide aguda, enquanto a t(3;12), cuja incidência é rara nas SMDs, é um driver que pode ser um evento iniciador ou ocorrer como um evento secundário na progressão da doença e está associado a uma resistência à quimioterapia convencional e conferindo pior prognóstico, com maior risco de refratariedade ou recaída. A literatura demonstra uma sobrevida mediana de 6,3 meses (intervalo 0,1–17,3 meses) após a detecção de t(3;12)(q26.2;p13). A superexpressão inapropriada de MECOM, que ocorre via t(3;12)(q26.2;p13), resulta em pior prognóstico por promover maior capacidade proliferativa.

Conclusão

Evidencia-se a relevância da realização do teste de perfil genético tumoral para auxílio na avaliação prognóstica e na tomada de decisões terapêuticas. A análise conjunta dos dados clínicos e dos exames torna-se fundamental para a estratificação de risco do paciente.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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