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Vol. 42. Issue S2.
Pages 330 (November 2020)
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Vol. 42. Issue S2.
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TRATAMENTO DE LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA PEDIÁTRICA RECIDIVADA APÓS TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS COM BLINATUMOMAB
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2004
G. Zamperlinia,b, V.C. Ginania,b, R.V. Gouveiaa,b, L.D.S. Dominguesa,b, C.N.M. Breviglieria,b, J.F. Marquesa, F.V.B. Santosa, C.F. Andradea, M.G. Matosa,b, A. Sebera,b
a Hospital Samaritano de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
b Hospital São Camilo, São Paulo, SP, Brasil
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Objetivo: Descrever a experiência com uso de blinatumomab como resgate em crianças e adolescentes com Leucemia Linfóide Aguda (LLA) e recidiva precoce após Transplante Alogênico de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCH) em dois serviços de Oncologia Pediátrica. Materiais e métodos: Crianças com LLA transplantadas em fases avançadas ou com doença agressiva foram avaliadas mensalmente quanto a presença de doença residual medular e quimerismo. Cada avaliação medular incluiu os antígenos CD19 e CD22 nos painéis de doença residual para determinar a possibilidade de utilizar blinatumamabe e inotuzumabe, respectivamente. Uma vez diagnosticada recidiva, Blinatumomab foi administrado em infusão contínua conforme orientação do fabricante. A partir de 48 horas após o seu início, com a resolução dos sintomas clínicos associados à liberação de citocinas, quatro dos pacientes com doador disponível e sem doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH), também receberam dose escalonada de leucócitos do doador (DLI). Uma infusão de DLI foi administrada no início de cada ciclo de Blinatumomab até que o paciente apresentasse remissão completa e/ou algum sinal de DECH aguda ou crônica. Resultados: Sete crianças e adolescentes com LLA que apresentaram recidiva após TCH e foram tratados com blinatumomab. A mediana de idade foi 9 anos, variando entre 3 e 16, cinco do sexo masculino. Nenhum deles apresentou lise tumoral sintomática, sangramento ou sepse. Seis crianças (85%) apresentaram síndrome de liberação de citocinas, todos com febre e 57% com hipotensão. Apenas uma criança apresentou toxicidade em sistema nervoso central relacionada à droga. Três receberam quimioterapia de baixas doses ou mini-HyperCVAD e um, ponatinibe, suspenso ao término dos ciclos de blinabumomabe por AVC isquêmico. Quatro receberam DLI, complicada com DECH aguda (n = 1) e crônica (n = 3); destes, dois permanecem vivos, um sem nenhum tratamento adicional já cinco anos após a recidiva medular e um após associação de inotuzumabe, radioterapia e inibidor tirosina quinase de uso compassivo, atualmente há 2 anos em remissão. Nenhum paciente faleceu por toxicidade associada ao Blinatumomabe ou DLI. No total, 71% das crianças atingiram remissão completa. A sobrevida global é de 28% com mediana de 47 meses de seguimento. Discussão e conclusões: A maior parte das recidivas de LLA após TCH ocorre precocemente, quando a toxicidade de um 2° TCH é proibitiva. Pacientes são, em geral, encaminhados para cuidados paliativos. Nossa experiência mostrou que o uso de blinatumomab associado ou não a outras terapias foi eficaz e seguro, com remissão da maior parte dos pacientes e baixa toxicidade, considerando a experiência do serviço com manejo da síndrome de liberação de citocinas, observada apenas nos primeiros dias do 1o ciclo de Blinatumomab. Além disso, nossos dados sugerem potente efeito enxerto versus leucemia com a associação de infusão de leucócitos do doador, estratégia que está sendo estudada em protocolos prospectivos internacionais.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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