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Vol. 44. Issue S2.
Pages S230-S231 (October 2022)
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PROPOSIÇÃO DE ALGORITMO DIAGNÓSTICO PARA ERITROCITOSE
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JB Costaa, RVL Silvab, C Solzab, BCR Monte-Móra
a Instituto Nacional de Câncer (INCA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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A policitemia vera (PV) é a neoplasia mieloproliferativa caracterizada pela presença de eritrocitose, evidenciada pelo aumento nos valores de hematócrito e/ou concentração de hemoglobina. As manifestações clínicas relacionadas envolvem tromboses, hemorragias, cefaléia e turvações visuais, além do risco de transformação em mielofibrose e/ou leucemia mieloide aguda. A eritrocitose pode ser classificada como primária ou secundária e congênita ou adquirida. A eritrocitose primária adquirida está associada a mutações somáticas em JAK2 e a congênita, a mutações germinativas no receptor EPOR. A eritrocitose secundária congênita está associada a mutações em eritropoietina (EPO) ou em genes relacionados à via de sensibilidade ao oxigênio e a eritrocitose secundária adquirida pode ser decorrente de hipóxia associada à DPOC ou à apneia do sono. Em alguns casos, a causa da eritrocitose não pode ser definida, sendo classificada como idiopática. Embora a PV tenha critérios diagnósticos bem definidos, a eritrocitose apresenta mecanismos fisiopatológicos diversos, necessitando de um algoritmo abrangente. Este trabalho propõe um algoritmo diagnóstico para pacientes com eritrocitose, considerando exames realizados para diagnóstico de PV, para identificação de causas secundárias e investigação de mutações em genes relacionados à eritrocitose. Por meio de uma revisão bibliográfica, foram identificados algoritmos para diagnóstico de eritrocitose validados em centros de referência internacionais, sendo então elaborado um fluxograma adaptado para a rotina do serviço de hematologia do HUPE. Ao diagnóstico, foram encaminhadas amostras de sangue periférico do HUPE-UERJ ao Laboratório de Biologia Molecular do INCA, para detecção da mutação JAK2V617F realizada por meio de PCR alelo-específico seguido de análise de eletroforese em gel de agarose. Pacientes negativos devem seguir em investigação com dosagem de EPO sérica e avaliação de mutações em JAK2 éxon 12 e/ou em outros genes relacionados à eritrocitose por meio de sequenciamento de próxima geração (NGS). Pacientes com valores de EPO elevados são encaminhados para realização de exames com maior sensibilidade diagnóstica, como tomografia computadorizada e polissonografia, e, caso não apresentem alterações nesses exames, seguem para avaliação de mutações por NGS. Em nossa coorte, foram incluídos 49 pacientes com suspeita de PV/eritrocitose, onde cerca de 55% são mulheres, a idade mediana de diagnóstico é 64 anos, a mediana de hemoglobina, hematócrito e plaquetas é 18 g/dl; 53% e 535.000/mm3, respectivamente. Os sintomas mais relatados incluem pletora, esplenomegalia, cefaleia, prurido e tonteira. A maioria dos pacientes utiliza hidroxiureia (HU) como tratamento, em esquema único ou associada a outras medicações e flebotomia. Cerca de 50% dos pacientes fazem uso de HU e AAS regularmente e 30% dos pacientes utilizam o esquema HU + AAS + flebotomia. Dos 49 pacientes, 38 foram analisados para a mutação JAK2V617F, sendo 29 positivos, confirmando o diagnóstico de PV. Dos pacientes negativos para a mutação, 9 estão em investigação criteriosa seguindo o algoritmo diagnóstico. Como resultados deste estudo temos a proposta de um algoritmo de diagnóstico abrangente para pacientes que possuem eritrocitose não esclarecida. A análise de coorte demonstrou que mais de 20% dos pacientes encaminhados para avaliação de JAK2V617F não possuem a mutação e, nesses casos, a utilização do algoritmo é indicada.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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