Introdução: A população brasileira moderna é extremamente heterogênea, pressupondo diversidade genética do loci HLA. Por isso, banco de dados da população são muito importantes, já que a região Norte mostra maior tendência de hereditariedade indígena, o Nordeste de africanos, o Sudeste e Sul de Europeus e o Centro-Oeste com maior participação das regiões sudeste e nordeste, mas com influência das demais. Objetivo: O trabalho analisou os dados étnico-territoriais de 5.000 candidatos doadores voluntários de medula óssea (DVMO) paraenses, recrutados na Fundação Hemopa, no período compreendido entre julho de 2010 a novembro de 2019. Materiais e métodos: Foi utilizado o programa Neovitaversion 2.01.29 para a obtenção de dados e para análise dos resultados o programa Microsoft Excel version Office 365. Resultados: De todos os doadores candidatos paraenses, 70,1% se autodeclararam como pardos, seguido de 23,9% brancos, 4,9% negros, 0,8% sem autodeclaração, 0,3% amarelos e apenas uma única pessoa indígena. Logo, de todos os dados coletados, percebe-se que o tipo mais predominante foi de pardos. Também foi consultada a localização das unidades de atendimento da Fundação Hemopa, observando-se que a procedência geográfica dos cadastros muito se assemelha às localidades das unidades da Fundação no Estado. Os dez municípios paraenses com maior número de cadastros foram, em ordem decrescente: Belém, Ananindeua, Castanhal, Santarém, Marabá, Capanema, Redenção, Marituba, Tucuruí e Altamira. Discussões: Em trabalhos semelhantes, brasileiros, também existem diferentes grupos étnicos dos voluntários captados por bancos de sangue. De forma decrescente, para Macêdo et al. (2015), do Rio Grande do Norte, a maioria das pessoas se autodeclarou como indígenas, seguido de negros, pardos, brancos e amarelos. Para Roque et al. (2014), de São Paulo, a maioria se autodeclarou como brancos, seguido de mestiços, negros e outras categorias. Para Boquett et al. (2015), do Rio Grande do Sul, a maioria se autodeclarou como brancos, seguido de negros, pardos, amarelos e indígenas. Carvalho et al. (2013), do Piauí, observaram uma enorme heterogeneidade entre origem caucasoide e africana com pequena contribuição indígena. Já o presente trabalho apresentou como grupo étnico predominante os pardos, apesar do trabalho feito por Macêdo et al. (2015) discordar de todos, já que ele possui maior participação do grupo étnico indígena. A partir dos resultados da procedência regional, nota-se que os municípios com maior participação de candidaturas são os que são ou ficam próximos das unidades de coleta do Hemopa. Infelizmente, não se encontraram estudos que tenham feito também a comparação entre o local de candidatura à medula óssea com o ponto de coleta de um hemocentro, mas percebe-se que quanto mais próximos da capital paraense, maior é a adesão. Muito interessante também de ter observado foi que o único candidato que se autodeclarou como indígena, do sexo masculino, fez seu cadastro na cidade de Belém. Conclusões: É inferido que se faz necessário aumentar o número de postos de coleta do Hemopa para o interior do Estado e ampliar campanhas de sensibilização para captar mais voluntários dos grupos étnicos minoritários, visando aumentar as chances de compatibilidade de HLA.