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Vol. 44. Issue S2.
Pages S120-S121 (October 2022)
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Vol. 44. Issue S2.
Pages S120-S121 (October 2022)
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PERFIL DE PACIENTES COM HTLV-1, PREVALÊNCIA DE ATLL E A RELAÇÃO DA VIA PERINATAL/AMAMENTAÇÃO COMO A PRINCIPAL PARA TRANSMISSÃO VIRAL EM PACIENTES COM ATLL ACOMPANHADOS NO AMBULATÓRIO DE HTLV DA DISCIPLINA DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DO HCFMUSP
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KS Marquesa, J Pereiraa, JSDR Cassebb, VG Rochaa, Y Nukuia
a Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
b Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Avaliação epidemiológica, prevalência de leucemia/linfoma de células T do adulto / Adult T-cell leukemia/lymphoma (ATLL) em pacientes com Human T -cell Lymphotropic Viruses type I (HTLV-1) e avaliação das vias de transmissão viral em paciente com ATLL.

Material e métodos

Estudo de coorte retrospectivo, unicêntrico de amostra consecutiva realizada por meio da coleta e análise de dados dos prontuários de pacientes atendidos no ambulatório no período de 1994 a 2022 com presença de anti-HTLV. As variáveis estudadas foram demográficas e vias de transmissão de HTLV-1 (perinatal/aleitamento materno, sexual e transfusional) por meio de histórico transfusional, inquérito familiar e sorologia para anti-HTLV-1 em familiares dos pacientes com ATLL. O tipo do HTLV (1 ou 2) foi confirmado por western blot e/ou PCR.

Resultados

Foram atendidos 695 pacientes, 586 com HTLV-1, 61 com HTLV-2, 1 com os dois tipos, 37 positivos mas sem determinação de subtipo. Dos pacientes atendidos, 64% (446) eram mulheres e 36% (249) homens. Dentro do subtipo de HTLV-1, 363(62%) foram mulheres e 223 (38%) homens. A maioria dos pacientes se identificou com cor branca em 261 (37,5%), seguido de parda 222(32%), amarela 114(16,4%), negra 52 (7,5%), indígena 2 (0,28%), mas com ausência de dados em 6,33% (44) dos pacientes. Com relação à naturalidade, a maioria 50,2% (349) eram de São Paulo, seguidos da Bahia 11% (77), Pernambuco 7,8% (49) e Japão 3,3% (23). Dentre os pacientes com HTLV-1, 5,12% (30) apresentaram ATLL em algum momento do seguimento, sendo 63,3% (19) mulheres, 36,6% (11) homens e média de idade de 50 anos. Foi possível confirmar em 4 dos pacientes com ATLL a via de contágio do HTLV-1, com identificação da via de transmissão perinatal/amamentação como a mais prevalente em 10% (3), seguida pela sexual em 3,3% (1) dos pacientes. Quando consideradas vias de transmissão viral prováveis, foram descritas via perinatal/amamentação em 33,3% (10), sexual em 10% (3), transfusional em 3,3% (1) e em 40%(12) a via de transmissão viral foi desconhecida.

Discussão

Apesar de ocorrência de ATLL no estudo ter sido maior entre mulheres, a relação homem/mulher relatada na literatura é de 1,5:1, possivelmente pela maior aderência desse grupo ao seguimento. A faixa etária foi semelhante à descrita na literatura (4ª a 6ª década de vida). Há um elevado número de pacientes Baianos, Pernambucanos e de descendência japonesa, visto serem regiões endêmicas para HTLV. Corroborando dados da literatura, a transmissão via amamentação foi a mais prevalente em pacientes com HTLV-1 e ATLL. As doenças relacionadas à infecção pelo HTLV-1 estão diretamente associadas à forma de transmissão do vírus, a quantidade da carga pró-viral no contágio e ao tempo de infecção, apresentando alta morbidade e mortalidade. A transmissão do vírus de mãe para filho através da amamentação é tipicamente a via de transmissão mais comum em regiões endêmicas. Após a infecção na célula-alvo, o vírus pode permanecer latente, alterando a expressão gênica e os mecanismos de reparo da célula. Após anos de infecção latente, há maior possibilidade de surgimento de ATLL.

Conclusão

- Há poucos estudos de coorte prospectivos e com curto período de acompanhamento de pacientes com HTLV-1, ATLL e variáveis envolvidas no desenvolvimento da doença oncohematológica, por isso a relevância em se mostrar dados epidemiológicos, vias de transmissão viral e de seguimento de pacientes com sorologia positiva para HTLV-1 e evolução para ATLL para maior entendimento desta condição rara e grave.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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