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Vol. 44. Issue S2.
Pages S555-S556 (October 2022)
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NEOPLASIAS MIELOIDES COM MUTAÇÃO SF3B1
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LR Fernandes, VRH Nunes, PEM Peonorio, LGF Cortes, SEA Rosa, CN Silveira, LB Lima, E Velloso, P Campregher
Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivo

SF3B1 é a maior subunidade do complexo do fator spliceossomo 3b, componente central dos spliceossomos. Mutações somáticas em SF3B1 são recorrentes em neoplasias mieloides e tumores sólidos, ocorrendo particularmente nos exóns 12 a 16 com predomínio da variante c.2098A > G (K700E). Em síndromes mielodisplásicas (SMD) a presença de variantes oncogênicas em SF3B1 se associa ao fenótipo de sideroblastos em anel (SMD-SA) e a prognóstico favorável. Este trabalho visa avaliar a presença de mutações em SF3B1 e sua relação com dados clínico-laboratoriais.

Materiais e Métodos

Avaliamos a incidência de mutações em SF3B1 presentes em pacientes submetidos ao painel mieloide somático (TruSight Illumina®), realizado em laboratório de rotina, de 11/2018 a 3/2022. Analisados sexo, idade, hemograma (Hb, VCM, leucócitos, neutrófilos, monócitos e plaquetas), mielograma (%blastos, celularidade, displasia, sideroblastos em anel) biópsia de medula óssea (celularidade, grau de fibrose, %CD34), imunofenotipagem (IF%CD34 e escore de Ogata) e cariótipo de medula óssea, tipo da mutação SF3B1, presença de co-mutações, diagnóstico conforme OMS-2016. Calculado o IPSS-R e o IPSS-M. Utilizados os testes t-Student ou testes Mann-Whitney (variáveis quantitativas) e testes qui-quadrado ou teste de Fisher (variáveis contínuas), significância de 5%.

Resultados

Variantes oncogênicas em SF3B1 foram identificadas em 33 pacientes. Mediana de idade de 72 (41-89 anos), com 57,6% dos pacientes do sexo masculino. 15 amostras (45,5%) apresentaram a mutação K700E (exon 15), as demais com predominância no éxon 14, todas missense. 22 (66,7%) amostras apresentaram co-mutações sendo as mais frequentes TET2 (6), DNMT3A(4), ASXL1 (4) e JAK2 (4). 21 pacientes (63,6%) com diagnóstico de SMD-SA, 5 pacientes com outros subtipos de SMD (del5q, excesso de blastos e multilinhagem), 4 neoplasias mieloproliferativas (mielofibrose e NOS), 1 SMD/SMP, 1 LMA, 1 anemia aplástica. 4/31 casos não apresentavam SA e 1 caso com < 5% de SA. 29% dos pacientes com cariótipo anormal. IPSS-R e IPSS-M de muito baixo/baixo risco em 64,5% e 63,6%, respectivamente. O grupo com SMD-AS (n = 22) apresentou maior idade (77 vs 65, p = 0,021), maior percentual de sexo masculino(71 vs 31,3, p = 0,033), maior % SA (50 vs 4, p < 0,001), menor escore de Ogata(2 vs 3, p = 0,043), menor taxa de cariótipo anormal(15 vs 54,5, p = 0,038), maior taxa de IPSS-R muito baixo/baixo risco (90 vs 18,2, p < 0,01) e IPSS-M (80 vs 20, p = 0,023). Em relação à presença da mutação SF3B1(K700E vs outras) observou-se, na primeira, maior % blastos (1,6 vs 0,4, p = 0,004), maior IF%CD34% (1,1 vs 0,5, p = 0,004) e maior escore de Ogata (3 vs 1, p = 0,019). Presença de maior %blastos (1,2 vs 0,4, p = 0,04) também foi observada em subanálise (subgrupo SMD-SA). Não observamos diferenças significativas em relação à presença de co-mutações.

Discussão

Associação da mutação SF3B1 com SMD-SA, sendo 2/22 casos com necessidade de estudo da mutação para definição do subtipo pela OMS2016. A mutação SF3B1 K700E esteve presente em quase metade dos casos, com presença de co-mutações TET2, DNMT3A, ASXL1 e JAK2. Maior percentual de blastos no grupo com mutação SF3B1 K700E em relação aos demais.

Conclusão

Os dados observados são semelhantes aos de outros estudos em relação a presença do hotspot K700E, associação com fenótipo SA e presença de co-mutações. Maiores estudos são necessários para avaliação do real impacto da mutação SF3B1 K700E em relação a aumento de blastos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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