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Vol. 44. Issue S2.
Pages S102 (October 2022)
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LINFOMA DE BURKITT PRIMÁRIO DA TIREÓIDE: RELATO DE CASO
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MHFP Silva, WGG Fischer, AM Carvalho, IA Pessoa, MB Catto, PR Fonseca, AS Lima
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Material e métodos

As informações deste trabalho foram obtidas por meio de revisão de prontuário e revisão da literatura.

Relato

Paciente sexo feminino, 68 anos, com diagnóstico prévio de hipotireoidismo, foi encaminhada devido quadro de tosse produtiva e confusão mental há 3 dias, associado a aumento progressivo de massa em topografia de tireoide, linfadenomegalia generalizada, perda ponderal, febre diária e epigastralgia há 1 mês da admissão. Ao exame físico, observado hepatoesplenomegalia e massa palpável em topografia cervical. Complementada avaliação, com exames de imagem, sendo inicialmente descritas em tomografia de abdome, múltiplos nódulos hepáticos e esplênicos, suspeitos para neoplasia e em tomografia de pescoço, bócio multinodular da tireoide. Optado na ocasião por realizar biópsia hepática pela equipe de radiologia intervencionista, que ocorreu sem intercorrências. Durante período de processamento de material, paciente evoluiu com sinais de obstrução de vias aéreas, sendo indicada traqueostomia transtumoral, coletado portanto, fragmento de tecido durante o procedimento. Como resultado de anatomopatológico, evidenciou-se em ambos fragmentos neoplasia maligna, pouco diferenciada de origem linfoide, com células de tamanho intermediário, sendo positivo para CD10, CD20, MUM1, PAX-5, EBV e negativo para CD30. Ki67 de 100%. Quadro morfológico e imunohistoquímico compatível com linfoma de Burkitt. Consideradas as possibilidades terapêuticas, bem como perfil da paciente, optado por iniciar tratamento com R-DA-EPOCH.

Discussão

o linfoma primário da tireoide é uma neoplasia rara, sendo em sua maioria originária de linfócitos B, apresentando importante associação com a tireoidite de Hashimoto, sendo relatada, por vezes, até 30 anos previamente ao diagnóstico do linfoma. O tipo mais frequente é o Linfoma Difuso de Grandes Células B, entretanto, estão descritos casos de linfoma MALT e linfoma de Burkitt. O diagnóstico deve ser suspeitado em paciente com histórico de tireoidite de Hashimoto e crescimento rápido de massa em topografia cervical. Confirma-se com biópsia, sendo o tratamento realizado de acordo com o subtipo.

Conclusão

linfomas primários da tireoide são raros, mas devem fazer parte do diagnóstico diferencial de neoplasias da glândula, principalmente em paciente com história de tireoidite de Hashimoto e com bócio de crescimento rápido.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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