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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S832-S833 (October 2023)
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HEMO 2023
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IMPACTO DA RECUPERAÇÃO INTRAOPERATÓRIA DE SANGUE COMO ESTRATÉGIA DO PROGRAMA DE PATIENT BLOOD MANAGEMENT (PBM) EM HOSPITAL TERCIÁRIO
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LFS Dias, MSE Oliveira, R Achkar, PSP Scuracchio, FT Biscola, AAT Simões, RM Fachini, S Wendel
Instituto de Hemoterapia Sírio-Libanês, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução/objetivos

Descrever o impacto da Recuperação Intraoperatória de Sangue (RIOS) como estratégia do programa institucional de Patient Blood Management (PBM) no ambiente perioperatório em hospital de referência na cidade de São Paulo, Brasil. Embora a nossa experiência com RIOS seja superior a 30 anos, o enfoque está nos dados dos últimos 10 anos, considerando a evolução recente das técnicas cirúrgicas.

Material e métodos

Este é um estudo descritivo que relata a experiência com RIOS através do levantamento do número de transfusões autólogas infundidas, da porcentagem de cirurgias realizadas, do volume processado, do tempo de cirurgia e do volume infundido.

Resultados

A média de cirurgias com RIOS por ano foi de 108, representando 1.188 procedimentos nos últimos dez anos. Desses 1.188 procedimentos, 985 foram processados porque o volume de sangue aspirado do campo cirúrgico foi considerado suficiente para reinfusão (82%) e 203 não foram processados ou infundidos (18%). A maioria das cirurgias foi cardiovascular (928; 94,2%), seguida de ortopédica (44; 4,5%) e outras (13; 1,3%). Dos 1.188 procedimentos, 20 foram realizados em crianças (<10 anos) e 1.168 em adolescentes/adultos. Em relação aos procedimentos realizados em crianças, todas as 20 cirurgias foram cardiovasculares e processadas. A média de idade das crianças foi de 4 anos ±2,8 (intervalo 0‒8), enquanto a média de idade dos adultos foi de 62 anos ±15,5 (intervalo 10‒94). O volume médio processado de cirurgias cardiovasculares em adultos foi de 3.303 mL ±1.835 (intervalo 481‒19.349) e o volume médio infundido foi de 557 mL ±549 (intervalo 119‒5.911). Os procedimentos ortopédicos para adolescentes/adultos foram: cirurgias de coluna (n=38; 3,9%) e quadril (n=6; 0,6%); com o volume processado médio de 3.480 mL ±2.282 (intervalo 801‒10.021) e volume infundido médio de 400 mL ±2.264 (intervalo 124‒1.235). Outras cirurgias em adultos incluíram: transplante hepático (0,8%), laparotomia exploratória (0,2%) e cirurgia pulmonar (0,2%). Nesses casos, o volume médio processado foi de 5.062 mL ±3.244 (variando de 1.342 a 13.863) e o volume médio infundido foi de 1.129 mL ±817 (variando de 238 a 2.819). O volume total infundido nos últimos 10 anos foi de 546.509 mL, sendo 514.216 mL infundidos em cirurgias cardiovasculares, 17.604 mL em ortopédicas e 14.689 mL em outras.

Discussão

Considerando que o volume médio de uma unidade de hemácias é de 300 mL, cerca de 1.822 transfusões de hemácias autólogas foram realizadas nos últimos 10 anos devido ao uso de RIOS. Das 1.822 transfusões, 1.714 foram em cirurgias cardiovasculares (94%), 59 em cirurgias ortopédicas (3,3%) e 49 em outras (2,7%). Embora RIOS seja consagrado para cirurgias cardiovasculares, também pode ser utilizada para outros procedimentos, principalmente artrodese de coluna e transplante de fígado.

Conclusão

Este estudo reafirma a importância de RIOS como parte do programa de PBM para reduzir a transfusão de hemácias, garantindo menor risco de aloimunização eritrocitária e reações transfusionais. Em nosso serviço, equipamento e equipe treinada estão disponíveis 24 horas por dia para pacientes submetidos a cirurgias nas quais a perda de sangue é complicação potencial e tem sido importante estratégia de PBM nos últimos trinta anos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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