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Vol. 44. Issue S2.
Pages S150 (October 2022)
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FLAG (FLUDARABINA, CITARABINA, G-CSF) NO TRATAMENTO DE LEUCEMIAS AGUDAS: EFICÁCIA E TOXICIDADE
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ACA Silveira, L Guimarães, RD Portugal, M Nucci
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

A associação de fludarabina, citarabina e G-CSF (FLAG) tem sido utilizada para indução de remissão de leucemias agudas, tanto em primeira linha quanto em casos de recaída e refratariedade (R/R). O protocolo FLAG pode ser utilizado em combinação com antraciclinas, etoposídeo e ansacrina.

Objetivos

Esta análise visa avaliar o regime FLAG quanto ao binômio eficácia/toxicidade em uma população de pacientes com leucemias agudas.

Materiais e métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo, unicêntrico, realizado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - UFRJ. Coletamos dados de 30 pacientes que utilizaram FLAG para tratamento da LMA ou LLA. Participaram da análise pacientes virgens de tratamento (primeira linha) para indução de remissão, bem como pacientes com doença R/R após terapia inicial padrão (regime “7+3” para LMA e “Hyper-CVAD” para LLA).

Resultado

A mediana de idade dos pacientes foi de 46 anos. Foram realizados um total de 37 de ciclos de FLAG, todos associados à daundorrubicina (FLAG-Dauno). A maioria dos casos era portador de LMA (n = 24; 64,9%), seguidos da LLA (n = 9; 24,3%). O protocolo foi usado principalmente em casos de doença R/R (n = 27; 73%). A duração mediana da neutropenia foi de 37 dias e 97,3% apresentaram neutropenia febril. Apesar de uma ampla utilização de profilaxia antimicrobiana com quinolonas (70% dos ciclos), observamos uma elevada taxa de bacteremia (23 episódios; 62% dos ciclos). Em relação à infecção fúngica invasiva (IFI), 56.8% receberam profilaxia com fluconazol e 29.7% receberam profilaxia ativa contra fungos filamentosos. Foram observados 8 casos de IFI (7 aspergiloses e uma fusariose). Outras toxicidades de prevalência relevante foram: náuseas / vômitos (54%), mucosite (54%), diarreia (24%), elevação de trasaminases (13,5%), necessidade de nutrição parenteral (5,4%). Ocorreram 6 óbitos (20% dos casos) não relacionados à recaída da leucemia e considerados como mortalidade relacionada ao tratamento (TRM). A sobrevida global mediana foi 4,9 meses (IC 95% 2,6 – 7,2) e não foram observadas diferenças entre os casos de 1a linha ou R/R (4,8 meses x 4,9 meses – P = 0,89).

Discussão

Observamos elevada toxicidade, sobretudo infecções, em pacientes não selecionados tratados com FLAG, com documentação de bacteremia em 62% dos ciclos. O curto tempo de sobrevida global (inferior a 6 meses) pode ter sido influenciado pela elevada taxa de TRM. Embora o protocolo FLAG possua atividade antileucêmica comprovada, a elevada toxicidade observada pode ser limitante para muitos pacientes.

Conclusão

Poucas opções de tratamento existam principalmente para os pacientes com leucemia aguda R/R, nossos resultados confirmam que uma busca incessante para novos tratamentos é necessária.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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