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Vol. 44. Issue S2.
Pages S458 (October 2022)
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ESTRATÉGIAS PARA A CAPTAÇÃO DE DOADORES DE SANGUE DIEGO B NEGATIVOS
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JG Bohatczuk
Hemocentro Regional de Guarapuava, Guarapuava, PR, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

O sistema de grupo sanguíneo Diego descoberto em 1953 é composto principalmente por dois antígenos Diegoa e Diegob distribuídos na população na forma de heterozigose Di (a+b+), de homozigose do antígeno B Di(b+b+) e de homozigose do antígeno A Di (a+a+) sendo este último também conhecido como sangue Diego B negativo que, por sua raridade, pode até dar a falsa impressão de um breve tópico teórico de um livro de hematologia, o que não é verdade. Em 2012, por exemplo, um jovem indígena do sul da Bahia exatamente com esta situação teve uma desagradável espera de dois meses até que fossem localizados, naquele estado e no de São Paulo, doadores de sangue compatíveis com o seu para que a cirurgia cardíaca da qual necessitava tivesse bom êxito. Mas, o que se fazer em situações emergenciais sem possibilidade de espera? Como e onde identificar com antecedência doadores Diegobnegativos para prevenir tais episódios? É o que o presente artigo pretende debater.

Metodologia

Alguns serviços de hemoterapia empiricamente pesquisam o antígeno Diegoa nas hemácias de doadores utilizando anticorpos anti-Diegoa do plasma de doadores aloimunizados pelo antígeno, o que é louvável, pois o reagente comercial é de custo elevado e a legislação nem mesmo exige a triagem do antígeno em doadores e pacientes. Uma limitação do teste ‘in house’é que não revela a condição de heterozigose ou homozigose dos antígenos, algo que somente a genotipagem pode dar. Se levarmos em conta os resultados de um estudo de 2015 realizado em Guarapuava (PR) para validar a técnica in house lá utilizada, onde foram genotipadas 24 amostras de doadores Dia+, das quais 22 resultaram em heterozigose Di (a+b+) e 2 em homozigose Di (a+a+), sendo estas provenientes de doadores indígenas, podemos concluir que a heterozigose é a condição prevalente nos indivíduos Dia+aleatórios e que, com base na elevada incidência do antígenoDiadentro das comunidades indígenas como entre os kaigangs por exemplo onde este chega a 60%, as probabilidades de se localizar indivíduos Di (a+a+) são estatisticamente maiores neste do que em qualquer outro grupo.

Conclusão

Analisando as prevalências do antígeno Dia para doadores de sangue de diferentes pontos do país como: 4,7% no Centro-Oeste do Paraná, 7% no Ceará e 10% no Pará percebemos que são muito superiores aos índices de 0,01% ou 0,1% descritos na literatura oficial e que o antígeno está distribuído de forma desigual, porém não ausente, entre a população brasileira. O caso de 2012 da Bahia nos alerta para um olhar mais atento quanto à necessidade de identificar doadores de sangue Diego B negativos para uma possível convocação. Neste sentido, os serviços de hemoterapia que pesquisam o antígeno Dia, sem que o saibam ou desejem, já percorreram 50% deste caminhoe a população onde o antígeno está mais presente deve ser a sua bússola orientadora.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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