Introdução: A RDC 214/2018 dispõe que o Centro de Processamento Celular (CPC) pode estabelecer requisitos adicionais para liberação de produtos para Uso Terapêutico. Nossa rotina prevê o armazenamento de pelo menos 2 segmentos contendo alíquotas representativas do produto (100 uL) em cada bolsa contendo células progenitoras hematopoéticas (CPH-SP) criopreservadas. Antes do início do condicionamento, os produtos são avaliados quanto à inspeção visual e viabilidade celular (azul de tripan). O valor de referência (VR) inicialmente utilizado foi 40% (dado de outro serviço compartilhado em congresso). Em 2017, fizemos uma análise preliminar dos dados e determinamos o nosso VR (média – 2 desvios padrões [SD]). A partir de então realizamos testes adicionais nos produtos que apresentam viabilidade celular inferior ao nosso VR. Os dados encontrados são avaliados pelo Responsável Técnico (RT) do CPC que, quando necessário, contata o RT do Centro Transplantador que, a seu critério, pode solicitar a liberação do produto em caráter excepcional ou optar pelo seu descarte e nova coleta. Atualmente, realizamos essa análise preferencialmente em até 10 dias da criopreservação a fim de agilizar o processo. Caso o produto não seja solicitado em até 180 dias, os testes são repetidos no momento da solicitação. Objetivo: Foi avaliar os dados relativos aos critérios adicionais estabelecidos pelo nosso serviço para a liberação da CPH-SP criopreservadas. Material e métodos: Avaliação retrospectiva dos dados obtidos entre 04/14 e 12/19. Resultados: (média ±SD) Foram recebidas 944 bolsas coletadas de 666 pacientes. Dessas, 156 foram processadas em pool de duas coletas consecutivas, o que totalizou 788 lotes de bolsas passíveis de análise e 1744 bolsas criopreservadas. A viabilidade celular foi avaliada em 721 (91,5%) segmentos representativos dos lotes com 70,3%±10,9%, o que nos gerou um VR de 50%. Dos lotes avaliados 20 (2,8%) apresentaram viabilidade celular < 50%. Dessas, em 18 (90%), outro segmento foi descongelado para avaliação da viabilidade celular por citometria de fluxo (7AAD) das células CD34+ (53,3%±26,7%) e das CD45+ (55,1%±13,6%) sendo que em 12 casos foi realizado ensaio clonogênico com crescimento de unidades formadoras de colônias (CFU) em 11 casos. Pacientes com unidades de CPH-SP com viabilidade menor que 50% apresentaram risco 12 vezes maior (OR=12,3; 95% IC: 3,4–43,6; p=0,001) de apresentarem enxertia de granulócitos após o D+14. Da mesma forma, o risco foi 7 (OR=6,9; 95% IC: 2,4–20,2; p=0,002) e 9 (OR=9,6; 95% IC: 2,4–38,9; p=0,009) vezes maior de apresentar enxertia de plaquetas e leucócitos após o D+14, respectivamente. Foi realizada avaliação macroscópica de 1593 bolsas criopreservadas sendo que dessas, 5 (0,31%) apresentaram abertura do sistema, sendo 3 (0,19%) por quebra do segmento e 2 (0,13%) por fratura da bolsa. Outras 2 bolsas apresentaram estruturas sugestivas de pequenos coágulos. Discussão: A avaliação crítica dos produtos após a criopreservação permite a identificação de produtos com risco adicional de falha de enxertia ou que precisam ser descongelados e preparados para uso no laboratório. Conclusão: O procedimento de análise crítica e o valor de referência adotado no nosso serviço (viabilidade por azul de tripan < 50%) são efetivos para identificar unidades de CPH-SP com necessidade de conduta adicional antes da liberação para transplante.
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