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Vol. 42. Issue S2.
Pages 412 (November 2020)
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AVALIAÇÃO DO PERFIL DE CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE CONCENTRADOS DE CÉLULAS PROGENITORAS HEMATOPOÉTICAS DO SANGUE PERIFÉRICO CRIOPRESERVADOS PARA TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA AUTÓLOGO
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K.L. Prata, A.P.C. Funes, J.R. Luz, L.A. Costa, M.D.S.B.S. Furtado, M.C. Martins, N.G. Cruz, P.R.M.P. Pederzoli, R.K. Andrade, M.R.I.S. Libânio, A.R. Belisário
Centro de Tecidos Biológicos de Minas Gerais, Fundação Hemominas, Belo Horizonte, MG, Brasil
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Introdução: A maioria dos transplantes autólogos utiliza células progenitoras hematopoéticas do sangue periférico (CPH-SP) criopreservadas. Apesar de rara, a contaminação microbiológica dos CPH-SP ocorre e todas as equipes envolvidas devem se esforçar para minimizá-la. Somos um Centro de Processamento Celular (CPC) que recebe produtos coletados por diferentes centros. Temos como rotina a coleta e inoculação de amostra para teste microbiológico pré e pós processamento, ou seja, antes da manipulação do produto (1 mL) e após a adição da solução crioprotetora (0,5 mL do CPH-SP + 1,5mL de plasma remanescente do processamento), imediatamente antes da criopreservação. Além disso, realizamos conexão estéril entre as bolsas o que nos permite trabalhar em sistema fechado minimizando o risco de contaminação do produto. Objetivo: Foi avaliar a prevalência de testes microbiológicos positivos nosso serviço, os microrganismos isolados e seus perfis de sensibilidade antimicrobiana. Material e métodos: Foi realizada análise retrospectiva dos dados dos produtos criopreservados e armazenados pelo CPC entre 04/14 e 12/19. Resultados: Foram recebidas para processamento 944 bolsas. Dessas, 312 foram processadas em pool e 632 isoladamente o que resultou em 788 processamentos visando a criopreservação de CPH-SP. Desses em 21 (2,7%) amostras, o teste microbiológico foi positivo, sendo em 19 (2,4%) em amostra pré-processamento e em 18 (2,3%) pós-processamento. Das 21 amostras que apresentaram microbiológico positivo, em 15 (72%) foram isolados Staphylococcus coagulase negativa, em 3 (14%) foi isolado Bacillus sp. (contaminante de ambiente), em 2 (9%) Staphylococcus aureus e em 1 (5%) Enterococcus faecalis. Das amostras em que foi identificado o Bacillus sp. o teste foi positivo em apenas uma etapa do processamento, sendo dois na amostra pré e um na pós-processamento. Em outras duas situações, apenas uma amostra apresentou resultado positivo, sendo uma pós-processamento (isolado S. epidermidis sensível à oxacilina) e outra pré-processamento (isolado S. lugdunensis sensível à oxacilina). As demais amostras (n=16), apresentaram microbiológico positivo para o mesmo microrganismo na amostra pré e na pós processamento, sendo 12 (75%) S. epidermidis [7 (58%) sensível à oxacilina; 5 (42%) resistente à oxacilina]; 2 (12,5%) S. aureus (sensível à oxacilina) e 1 (6,25%) S. lugdunensis (sensível à oxacilina) e 1 (6,25%) E. faecalis (sensível à vancomicina)]. Discussão: A prevalência de teste microbiológico positivo de CPH-SP varia na literatura de 0,23% a 5,7%, sendo que os microrganismos predominantes são os Staphylococcus coagulase negativa. Os dados encontrados no nosso centro estão em acordo com os descritos e indicam que a grande maioria teve como origem a contaminação do cateter venoso central utilizado na coleta do produto. Conclusão: O controle microbiológico do CPH-SP permite a detecção dos produtos contaminados, a identificação do microrganismo e o seu perfil de sensibilidade. A realização dos testes pré e pós-procedimento permite rastrear em qual etapa o produto foi contaminado. Esses dados são importantes para a equipe médica decidir pela utilização terapêutica do produto, associada ou não a antibiótico profilaxia ou o seu descarte. Dessa forma, o CPC deve monitorar e minimizar as etapas do processo com potencial de contaminação microbiológica do produto.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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