Introdução: Idealmente, os concentrados de células progenitoras hematopoéticas do sangue periférico (CPH-SP) devem ser criopreservados o mais próximo possível do horário do término da coleta. As técnicas de coleta atuais consideram o processamento de até 8 volemias em procedimentos de até 8 horas o que pode inviabilizar o processamento dos produtos no mesmo dia da coleta. Objetivo: O desse trabalho foi validar o armazenamento refrigerado temporário de CPH-SP visando a posterior criopreservação. Material e métodos: Foi realizada avaliação prospectiva de 19 produtos recebidos para processamento. No momento do recebimento foi coletada amostra para realização de hemograma, quantificação de células CD34+ por citometria de fluxo (Método ISHAGE; Plataforma Única), avaliação da viabilidade das células CD34+ e das CD45+ (7AAD) e da relação entre as CD34+/CD45+ viáveis. A seguir, o produto foi armazenado em refrigerador (2̊–8°C) até o momento da criopreservação. Imediatamente antes dessa, nova alíquota do produto foi coletada para execução dos mesmos testes acima descritos. Foi feita uma análise à parte dos dados referentes aos 8 produtos que apresentaram WBC > 400 e < 550×10 e 6/mL a fim de se verificar a necessidade de conduta adicional antes do armazenamento temporário. Os dados foram avaliados com o programa estatístico GraphPad InSat (versão 3). Aplicou-se o teste Wilcoxon matched-pairs signed-ranks. Os dados descritivos foram apresentados com mediana (mínimo–máximo). Resultados: A global de leucócitos (WBC×10 e 6/mL) foi 388,2(145-565,4). A contagem de células CD34+ viáveis/uL pré-armazenamento e pré-criopreservação foi 1058,7 (319,9–2946,4) e 1180 (313,6–2764,4), respectivamente (p=0,86). A porcentagem (%) de CD34+ viáveis pré-armazenamento e pré-criopreservação foi 98,5 (96–99,8) e 98 (70,5–99,3), respectivamente (p=0,02). A % de CD45+ viáveis pré-armazenamento e pré-criopreservação foi 99,4 (96,1–99,8) e 98,7 (63,1–99,7), respectivamente (p=0,001). A relação CD34+/CD45+ viáveis pré-armazenamento e pré-criopreservação foi 0,32 (0,1–1,06) e 0,33 (0,09–1,04) respectivamente (p=0,62). O tempo de armazenamento foi 20h:51min (18:35–28:09). No sub-grupo com maior celularidade encontrou-se WBC (×10 e 6/mL) de 459,6 (402–565,4). A contagem de CD34+ viáveis/uL pré-armazenamento e pré-criopreservação foi 1345,2 (637,5–2946,4) e 1582,3 (650,4–2764,4), respectivamente (p=0,83). A % de CD34+ viáveis pré-armazenamento e pré-criopreservação foi 98,6 (96–99,8) e 98,6 (88,5–99,2), respectivamente (p=0,25). A % de CD45+ viáveis pré-armazenamento e pré-criopreservação foi 98,9 (96,1–99,6) e 97,5 (91,8–98,9), respectivamente (p=0,09). A relação CD34+/CD45+ viáveis pré-armazenamento e pré-criopreservação foi 0,26 (0,1–0,64) e 0,34 (0,12–0,69), respectivamente (p=0,72). O tempo de armazenamento foi 22h (18:35–22:38). Discussão: Os dados da nossa validação corroboram com os dados da literatura e indicam que, apesar da diminuição na porcentagem de células CD34+ e CD45+ viáveis, essa não foi suficiente para impactar significativamente no total de células CD34+ viáveis de produtos processados em até 24 horas com WBC até 500×10 e 6 células/mL. Conclusão: É possível armazenar temporariamente os concentrados de CPH-SP antes da criopreservação, o que permite melhor organização logística da equipe que pode trabalhar no seu horário usual, descansada (o que reduz risco de erros) e com maior segurança.
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