Introdução: O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de características laboratoriais na viabilidade pós-descongelamento de unidades de CPH criopreservadas de pacientes atendidos pelo Centro de Tecidos Biológicos de Minas Gerais. Materiais e métodos: Analisou-se retrospectivamente dados dos pacientes com unidades de CPH criopreservadas no período de 02/2014 até 12/2019. Os prontuários arquivados no Cetebio foram revistos para obtenção das informações: contagem de células CD34+ no sangue periférico, tempo entre a coleta e o processamento, duração da adição da solução de criopreservação, tempo entre o fim da adição da solução e o congelamento, composição da solução de criopreservação (solução 1: DMSO 5%, HES 6%, Albumina 3%, ACD 5%; ou solução 2: DMSO 10%, Albumina 4%, ACD 5%), tempo de armazenamento e concentração de células nucleadas por bolsa de criopreservação. As variáveis contínuas foram expressas em mediana±intervalo interquartil. A regressão linear múltipla foi usada para determinar o efeito independente de cada covariável na viabilidade celular pós-descongelamento. A regressão logística binária foi utilizada para analisar as covariáveis associadas a viabilidade abaixo do percentil 25 (> 64%). Resultados: A população do estudo consistiu em 619 pacientes (55.7% do sexo masculino) com idade entre 2 e 74 anos (53±19 anos). O diagnóstico mais comum foi o mieloma múltiplo (n=388; 62,7%), seguindo de linfoma (n=193; 31,2%). A viabilidade pós-descongelamento do segmento foi 71,4%±13,7. A viabilidade pós-descongelamento das unidades criopreservadas utilizando a solução 1 e 2 foi 73,3%±11.7 e 61,8%±14.9, respectivamente (p<0,001). A viabilidade pós-descongelamento das unidades criopreservadas com concentração de células nucleadas < 300×108 por bolsa de criopreservação, 300–500×108 e > 500×108 foi 73%±14, 71,5%±13,4 e 64.9%±14.4, respectivamente (p<0,001). O modelo final de regressão linear manteve a contagem de células CD34+ no sangue periférico (coef.=-0.019, 95% IC: -0.032 a -0.006; p=0,004), concentração de células nucleadas por bolsa de criopreservação (coef.=-0.017, 95% IC: -0.024 a -0.009; p<0,001) e a composição da solução de criopreservação (coef.=-9.75, 95% IC: -11.74 a -7.76; p<0.001). As unidades de CPH criopreservadas usando a solução 2 apresentaram risco 6 vezes maior (OR=6,5; 95% IC: 4,37–9.58; p<0,001) de apresentarem viabilidade abaixo do percentil 25. Discussão: a relação inversa entre a contagem de células CD34+ no sangue periférico e a e a viabilidade celular pós-descongelamento sugere que o congelamento de CPH de pacientes que não mobilizam bem deve ser evitada. Além disso, a relação inversa entre a concentração de células nucleadas por bolsa de criopreservação e a viabilidade celular pós-descongelamento sugere que o congelamento de CPH em concentração superior a 500×108 deve ser evitado. Além disso, o uso da solução 2 de criopreservação foi o único preditor de viabilidade abaixo do percentil 25, sugerindo que a solução 1 deve ser priorizada. Conclusão: A mobilização, a concentração de células nucleadas por bolsa e a composição da solução de criopreservação impactam significativamente a viabilidade celular pós-descongelamento de unidades de CPH criopreservadas para o transplante autólogo.
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