Os anticorpos antieritrocitários conhecidos estão agrupados em vinte e nove sistemas, sendo o sistema Rh o que provoca maior reação imunogênica depois do sistema ABO. Assim, quando há incompatibilidade feto-materno ocorre reação através dos anticorpos de classe IgG presentes na circulação da mãe, promovendo uma reação hemolítica fetal grave.

Avaliação quali-quantitativa dos anticorpos antieritocitários feto-materno do período de 2015 a 2020 obtidos da Maternidade Darcy Vargas (MDV) de Joinville/SC. E avaliar os anticorpos irregulares presentes na mãe.

Trata-se de um estudo retorspectivo, qualitativos e quantitativos. Os dados foram obtidos através do acesso do sistema HemoSis. Foram coletados os dados de recém-nascidos, mães de recém-nascidos e gestantes no período de 01/01/2015 a 31/12/2020, enviados ao laboratório de Imunohematologia do HEMOSC Regional de Joinville. Considerou-se um nível de significância de 5% (P ≤ 0,05).

o número total de casos coletados, atendidos na MDV, foram 56, sendo 19 (34%) mães e 22 recém-nascidos (39%) foram incluídos na análise e 12 mães (22%) e 3 recém-nascidos (5%) foram excluídos por não atenderem aos critérios de análise. A gestantes com suspeita de aloimunização, total de 31 mães, 16 (51%) apresentaram anticorpos de especificidade anti-D, 3 (10%) apresentaram anticorpos de especificidade anti-D e anti-C e 12 (39%) apresentaram outros anticorpos de especificidade distinta ou de especificidade não definida ou ausente. As mães incluídas são as que apresentaram o resultado do fator RhD negativo e PAI positivo. Sendo, 16 (84%) apresentaram anticorpo do sistema Rh de especificidade anti-D e 3 (16%) além de anticorpo anti-D o anticorpo de especificidade Anti-C. Os recém-nascidos incluídos são os que apresentaram o resultado do fator RhD positivo e TAD positivo. Dentre eles, 4 (18%) apresentaram anticorpos do sistema Rh de especificidade anti-D e 18 (82%) apresentaram ausência de anticorpos de quaisquer especificidades, porém, não quer dizer que o recém-nascido não possa ter a doença. As mães que foram testadas para o teste de TAD obtiveram resultados negativos, as demais não foram testadas. Foi coletado dados de 25 recém-nascidos sendo que 4 apresentaram anticorpos presentes de especificidade Anti-D, 3 apresentaram resultados negativos para o teste de Coombs Direto e 22 apresentaram resultados positivo para Coombs Direto.

Houve pouca correlação com os RNs acometidos pela DHRN e as mães devido ao fato de não apresentar nos dados coletados as informações que identificavam os RNs e suas respectivas mães, os dados que foram apresentados são aleatórios, entretanto, obteve-se uma correlação entre os casos de recém-nascidos investigados com o resultado positivo do teste da imunoglobulina direto para a prevalência da doença. Ao longo dos cinco anos nota-se que houve de fato um aumento de casos de DHRN, mostrando a importância da conscientização e orientação tanto para as gestantes quanto para a equipe multidisciplinar.

A avaliação do histórico das gestantes aloimunizadas é importante como antecedente de óbito fetal ou neonatal além dos dados levantados pelo presente estudo. Dessa maneira, se torna necessário mais informações e estudos sobre o tema para explorar o histórico das gestantes e neonatos.