O abastecimento de hemocomponentes do estado de Santa Catarina é realizado, quase que totalmente pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina – HEMOSC. A doação de sangue deve passar por determinadas etapas para garantir a segurança transfusional e dentre elas, destacam-se três: a captação de doadores, a coleta e o processamento das bolsas de sangue. Devem ser consideradas também questões como a validade e o armazenamento dos diferentes hemocomponentes, assim como a avaliação da demanda e coleta, para que os processos de captação, coleta e estoques estejam em conformidade.

Avaliar a relação entre a coleta de hemocomponentes e a captação da hemorrede catarinense no período de 2017 a 2020.

Estudo retrospectivo, através da análise qualitativa e quantitativa de dados obtidos do sistema informatizado HemoSis. Os dados foram tratados e, posteriormente integrados a ferramenta de inteligência de dados. Os relatórios foram desenvolvidos de forma interativa contemplando os dados quantitativos para análise no Data Studio, impressos em tela através da modelagem do relatório baseado em filtros de pesquisa por localidade, data, aptidão, ações e projetos, aplicados para extração dos percentuais e estatísticas de cada evento. Os dados qualitativos foram expressos através da correlação entre os eventos de coleta no período de ações e projetos.

Durante o período avaliado houve um total de 526.582 candidatos à doação de sangue, sendo 83,53%, os Hemocentros de Florianópolis, Blumenau e Joinville são os que possuem os maiores números de candidatos à doação, atingindo 60,5% de doadores aptos. Para aumentar o número de coletas e incrementar os estoques de sangue e hemocomponentes há, hoje, no HEMOSC dois principais projetos que atuam para que os estoques e as demandas dos produtos estejam sempre em dia: Empresa Solidária e Projeto Escola. O Hemocentro de Chapecó obteve 30,85% do total das empresas participantes no projeto Empresa Solidária. Enquanto o Hemocentro de Blumenau obteve maior ação para com o Projeto Escola, somando 106 escolas de um total de 514 do período de 2017 a 2020.

Através da avaliação de indicadores como número de candidatos à doação aptos e inaptos, porcentagem de doador espontâneo e de reposição, doador de primeira vez, esporádico e de repetição assim como produção de hemocomponentes, atendimento das solicitações de hemocomponentes, motivos de inaptidão para doação foi possível avaliar a relação entre a quantidade de solicitações realizadas a cada ano e as ações realizadas pelo setor de captação de doadores e em que momentos o setor inicia estas ações, tornando possível realizar as melhorias necessárias a cada processo para a manutenção de estoques com potencial de gerenciamento seguro.

Devemos garantir o abastecimento dos hemocomponentes, dessa forma realizar a gestão eficaz do estoque garante a otimização de espaço e recursos importantes à hemorrede. O trabalho realizado pela captação deve ser planejado a partir de um diagnóstico que se faz sobre a realidade na qual se insere. Além disso, é importante o monitoramento de todas as atividades, acompanhando sua execução, assim como avaliá-las e adaptá-las quando necessário. Conhecer o perfil do doador e da comunidade na qual o hemocentro está inserido é de fundamental importância para o sucesso das estratégias utilizadas.