O Banco de Sangue GSH de Ribeirão Preto, realizou no ano anterior a caracterização do perfil epidemiológico dos doadores de sangue que apresentaram reações adversas sistêmicas à doação, sendo a maior incidência em doadores de primeira vez e faixa etária dos 16 a 29 anos. A partir da identificação doadores com perfil de maior risco, foram estabelecidas algumas ações de prevenção, visando minimizar o risco das reações adversas sistêmicas deste grupo. Desta forma, o objetivo do atual estudo é avaliar a efetividade dessas ações na prevenção de reações adversas relacionadas à doação de sangue em doadores com perfil de maior risco.

Estudo coorte prospectivo através da randomização aleatória de doadores de primeira vez e faixa etária jovem dos 16 a 29 anos no período de 3 meses. Após seleção dos doadores, realizado a aplicação de ações preventivas, análise observacional da eficácia das ações e avaliação da redução de risco absoluto e relativo.

No período de maio a julho de 2023, houveram 552 doadores de primeira vez e faixa etária jovem dos 16 a 29 anos. Através da seleção aleatória durante o processo de triagem clínica, aplicamos duas ações de prevenção, sendo elas, orientação assertiva sobre o ciclo do sangue ao qual 4% dos doadores desenvolveram reações adversas relacionadas à doação de sangue. A segunda ação aplicada, realizamos a posição trendelenburg após a coleta ao qual apenas 2,6% desenvolveram reações adversas relacionadas à doação de sangue. Os doadores que não aplicamos as ações de prevenção, a incidência de reações adversas foi de 5,5%.

Ao avaliar a efetividade da aplicação das ações preventivas propostas, através do cálculo de redução de risco absoluto (RAR) o estudo obteve resultado de 2,5%. A ação preventiva de orientação assertiva sobre o ciclo do sangue aos doadores, obteve resultado de risco absoluto (RAR) em 1,5%, não havendo relevância estatística significativa. Em destaque, a ação preventiva ao qual realizamos a posição trendelenburg após a coleta obteve maior impacto positivo devido ao resultado de risco absoluto (RAR) em 2,9%. Sendo assim, quando avaliamos o impacto para minimizar as reações adversas sistêmicas relacionadas à doação de sangue em doadores com perfil de risco que aplicamos as ações e em doadores com perfil de risco que não aplicamos, houve uma redução de risco relativo (RRR) de 53% com respectivo intervalo de confiança de 95%. Portanto, estabelecer ações de prevenção que reduzem o risco de reação adversa sistêmica relacionada à doação de sangue com este perfil de doadores, gerou maior segurança durante o processo de doação dos doadores, garantiu melhor qualidade em nosso atendimento e consequentemente agregou confiança para motivá-los a retornarem para futuras doações.

O estudo permitiu a promoção de ações de prevenção que reduziram a incidência de reações adversas sistêmicas relacionadas à doação de sangue em doadores com perfil de maior risco, ao qual a posição trendelemburg após a coleta obteve maior destaque para redução das reações adversas sistêmica. Garantindo assim, um processo seguro e de qualidade que viabiliza a fidelização dos doadores de maior risco.