Descrever um caso clínico da síndrome antifosfolípide.

Revisão do prontuário de paciente do Hospital Municipal Santa Isabel (HMSI).

AMFFS, 47 anos, sexo feminino. Relata histórico de 7 abortos com menos de 12 semanas, dentre eles um OFIU com 36 semanas e uma gestação a termo com 37 semanas, essa última, há 16 anos, com uso de liquemine (5.000 UI de 12/12 h). No histórico, tem presença de 2 eventos de TVPs em MIE, e 1 quadro de TEP após um dos eventos de TVP. Nos exames o FAN positivo (1:320), anticardiolipina IgM (50 MPL) e anticoagulante Lúpico positivo (2,40). Paciente faz profilaxia de TVP, com Marevan 7,5 mg/dia, há mais de 10 anos, mantendo RNI variando entre 2,2 a 2,6.

O caso apresentado chama atenção para a importância de se investigar o mais cedo possível, os casos de abortamentos, a fim de se detectar precocemente os casos da Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide e instituir profilaxia em gestações futuras, para evitar novas perdas gestacionais. Pois, em nosso meio, as mulheres estão engravidando mais tardiamente e algumas delas, após 2 perdas gestacionais e idade próximo dos 40 anos, acabam desistindo de engravidar novamente, perdendo a chance de terem filhos.

Desta forma, uma anamnese bem realizada é essencial na formulação de hipótese diagnóstica principal, orientando precocemente a realização dos exames confirmatórios, a fim de garantir a prevenção de eventos trombóticos, proporcionar uma melhor qualidade de vida à paciente e viabilizar a gestação.