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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 413
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VALIDAÇÃO DO ANTICORPO MONOCLONAL ANTI-TRBC1 EM CONJUNTO COM O ANTI- TRBC2 PARA AVALIAÇÃO DE LINFÓCITOS T EM LABORATÓRIO DE CITOMETRIA DE FLUXO
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DGA Oliveira, FC Menezes, F Sgnotto, AP Starnini, CMS Ferreira, MA Vieira, MLR Beirigo, DS Nogueira, VA Silva, JC Azevedo, FVR Maciel, MCA Silva
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O diagnóstico das neoplasias de linfócitos T representa um desafio clínico-laboratorial, exigindo a avaliação de múltiplos fatores, como histórico clínico, exames morfológicos, imunofenotípicos e genéticos. A diferenciação entre linfocitose reacional e condições neoplásicas é particularmente complexa, principalmente devido à ausência de anticorpos monoclonais específicos para identificar linfócitos T monoclonais. Atualmente, a pesquisa dos rearranjos do receptor de células T (TCR) por biologia molecular é o método mais utilizado para superar essa dificuldade. No entanto, trata-se de uma técnica de alto custo, complexa e sujeita a falsos positivos, especialmente em condições inflamatórias. Sabe-se que, durante o rearranjo gênico dos linfócitos T, quando há expressão do TCR alfa-beta, duas regiões constantes podem ser formadas: TRBC1 e TRBC2. Cada linfócito expressa irreversivelmente apenas uma dessas regiões, assim, a análise dessas isoformas, por citometria de fluxo, pode implicar em uma avaliação mais sensível e específica da população clonal, permitindo uma separação mais precisa das células.

Objetivos

Avaliar a aplicação isolada do anticorpo monoclonal TRBC1 e comparar com sua utilização em conjunto com o anti-TRBC2, a fim de avaliar o desempenho dos anticorpos combinados e validar sua aplicação no laboratório de citometria de fluxo.

Material e métodos

Foram analisadas 20 amostras, distribuídas em 3 grandes grupos, sendo: controle, doente e casos em investigação. Para realizar a análise comparativa, adotamos a avaliação isolada do TRBC1 como padrão-ouro e, posteriormente, analisamos os mesmos casos utilizando a combinação dos anticorpos TRBC1 e TRBC2, de acordo com a população celular, CD4 ou CD8.

Resultados

Durante a análise isolada do TRBC1, percebemos que 70% dos casos apresentaram policlonalidade, enquanto 30% se mostraram clonais, ao passo que ao avaliar em conjunto o TRBC1 com o TRBC2, encontramos 65% de casos policlonais e 35% clonais, atribuímos esta diferença à maior facilidade em separar as populações ao usar os anticorpos em conjunto, uma vez que a utilização isolada do TRBC1 pode ficar arrastada quando analisada contra o SSC. Apenas em casos onde se observou imunofenótipo anômalo foi identificada monoclonalidade pela avaliação do TRBC1, ao passo que 23,8% dos casos em que a pesquisa de monoclonalidade foi realizada por biologia molecular apresentavam imunofenótipo normal, confirmando que a avaliação de monoclonalidade T por biologia molecular apresenta alta sensibilidade e baixa especificidade na triagem destas doenças.

Discussão e conclusão

A análise do TRBC1 em conjunto com o TRBC2 se mostrou sensível e específica, quando comparada ao padrão-ouro utilizado no laboratório de citometria de fluxo (TRBC1 isolado), demonstrando maior facilidade em separar as populações celulares, principalmente em casos difíceis, cujo a expressão do TRBC1 se mostra fraca ou de difícil separação. Ademais, o ponto de corte mais utilizado estabelecido pela literatura (<15% ou >85%) pode não indicar o melhor ponto de separação, tornando ocasionais casos limítrofes ou falsos-negativos. Desta forma, faz-se necessário mais estudos em relação ao valor de referência para a análise desses anticorpos em conjunto.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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