HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA leucemia linfocítica aguda (LLA) é a neoplasia maligna mais frequente na infância, representando aproximadamente 25% dos cânceres pediátricos. Embora o quadro clínico possa ser estável, complicações são comuns durante a evolução da doença, destacando-se a Síndrome da Lise Tumoral (SLT), uma emergência oncológica potencialmente fatal que exige intervenção imediata.
ObjetivosRevisar as principais evidências sobre a SLT em pacientes pediátricos com LLA.
Material e métodosFoi conduzida uma revisão integrativa seguindo o protocolo PRISMA. A busca foi realizada nas bases de dados PubMed e BVS utilizando os descritores "Tumor Lysis Syndrome” AND “Acute Lymphocytic Leukemia” AND “Child", resultando em 147 artigos. Após aplicação de filtros (texto completo gratuito e publicações dos últimos cinco anos), restaram 14 artigos. Foram excluídas 5 duplicatas e 1 artigo irrelevante, restando 8 estudos para leitura na íntegra. Destes, 6 foram incluídos após análise qualitativa descritiva.
Discussão e conclusãoA SLT é uma complicação metabólica grave em pacientes pediátricos com LLA, especialmente naqueles com alta carga tumoral. Os principais fatores de risco incluem: idade <1 ano ou >10 anos, leucocitose ≥ 50 × 10⁹/L e fenótipo T. Em mais da metade dos casos, a SLT manifestou-se nos primeiros 3 dias após o início da quimioterapia. As alterações laboratoriais mais frequentes foram hiperfosfatemia, hipocalcemia, hiperuricemia e hiperpotassemia, sendo fósforo sérico e LDH marcadores importantes de risco. Além disso, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, massa mediastinal e disfunção renal prévia foram associados a um maior risco de SLT. A leucocitaférese mostrou-se eficaz na redução precoce da contagem leucocitária, em pacientes com hiperleucocitose (>100 × 10⁹/L), visando diminuir o risco de leucostase e prevenir a SLT. O manejo inclui hidratação intensiva, alopurinol ou rasburicase. Em conclusão, a SLT é uma emergência metabólica associada à LLA pediátrica, especialmente em casos de alta carga tumoral. Fatores como hiperleucocitose, disfunção renal prévia e alterações laboratoriais significativas aumentam o risco. O tratamento baseia-se em hidratação vigorosa, alopurinol ou rasburicase e, em casos selecionados, leucocitaférese. Diante do alto risco de complicações, é essencial que os profissionais de saúde monitorem rigorosamente os pacientes nos primeiros dias de quimioterapia, garantindo intervenção precoce e manejo adequado.




