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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1021
Acesso de texto completo
SIGNIFICADO PROGNÓSTICO DA MEDULA ÓSSEA OBTIDA NO DIA 15 EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA: AVALIAÇÃO DE DESFECHOS PRECOCES E TARDIOS
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W Carvalho-Filho, JHN Spínola-de-Brito, MF Campos, C Gotardo-Alencar, SS Viana, R Cipolotti
Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Os avanços terapêuticos no tratamento da Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) nas últimas décadas permitiram um aumento expressivo na taxa de sobrevida, principalmente com o uso de protocolos como o BFM 2009, que estratifica os pacientes por risco (baixo, intermediário e alto) através dos parâmetros: idade, contagem de leucócitos, imunofenótipo e resposta precoce ao tratamento avaliada através da determinação da Doença Residual Mínima (DRM) em aspirado de medula óssea. DRM é considerada o fator prognóstico mais robusto para LLA, de forma que níveis elevados de DRM nos D15 e D35 estão associados a piores desfechos.

Objetivos

Avaliar o significado prognóstico com relação aos desfechos precoces e tardios do resultado da avaliação da DRM em medula óssea obtida no D15 em crianças e adolescentes com LLA.

Material e métodos

Foram incluídos pacientes com até 19 anos incompletos diagnosticados com LLA entre 1° de agosto de 2018 e 30 de junho de 2025 em um Centro de Oncologia Pediátrica que atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde. As variáveis demográficas (sexo e idade), clínicas (desfecho no D35, D180 e final de tratamento, recaída, imunofenótipo e risco segundo os critérios do BFM-2009) e laboratoriais (DRM D15, número de blastos D15, DRM D35, número de blastos D35) foram obtidas dos prontuários. A DRM foi avaliada por citometria de fluxo. A Sobrevida Global (SG) e a Sobrevida Livre de Eventos (SLE) foram analisadas em dois momentos: D180 e D1000 desde o diagnóstico. A análise estatística incluiu o teste de Fisher para variáveis categóricas e testes de T de Student ou Mann-Whitney para variáveis contínuas. A SG e SLE foram estimadas pelo método de Kaplan-Meier, com comparação entre curvas pelo teste de log-rank. A determinação da razão de risco (HR) foi feita pelo modelo de Cox. Utilizou-se o software RStudio versão 2025.05.1+513, considerando-se significantes os valores de p = 0,05.

Resultados

Foram considerados elegíveis 103 pacientes, mas 41 foram excluídos devido a dados incompletos, tempo de seguimento inferior a 180 dias ou abandono do seguimento. Foram avaliados 62 pacientes, 42 apresentaram DRM positiva e 20 DRM negativa no D15. A idade ao diagnóstico foi a única variável com diferença significativa entre os grupos (p=0,01). Na análise de SG no D180 observou-se HR = 1,74 para o grupo com D15 positivo, sem significância (p=0,48). Aos D1000 a HR = 3,16 (p = 0,13). Quanto à SLE, resultados semelhantes foram encontrados no D180, entretanto aos 3 D1000 o grupo com DRM positiva no D15 apresentou HR = 4,36; p = 0,05). Ao avaliar os pacientes com DRM positiva no D15 estratificados por percentual de blastos (< 1%, 1‒10% e > 10%) foram excluídos mais 5 pacientes por dados incompletos. Observou-se associação significativa com SG e SLE apenas aos D1000, sendo que o grupo com > 10% apresentou risco 12,45 vezes maior de óbito (p = 0,02) e 17,15 vezes de evento (p = 0,004) em relação ao <1%.

Discussão e conclusão

A avaliação da medula óssea no D15 demonstrou valor prognóstico relevante em crianças e adolescentes com LLA, reforçando seu papel como marcador de alto risco para desfecho desfavorável. Esses achados sugerem que a avaliação precoce da resposta ao tratamento, no D15, possa ser ferramenta eficaz para predizer desfechos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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