A criopreservação é um método de conservação de materiais biológicos, como células e tecidos, por meio do congelamento a baixas temperaturas, com o objetivo de interromper a atividade biológica e evitar a deterioração. Laboratórios destinados a essa técnica exigem ambiente controlado, com rigoroso controle térmico e infraestrutura resistente a falhas elétricas e interferências externas.

Este trabalho descreve intervenções estruturais, elétricas e operacionais adotadas para elevar a segurança e a confiabilidade do armazenamento de células, com identificação de falhas e respectivas soluções.

Realizou-se pesquisa em literatura técnica especializada, análise dos tipos de quadros elétricos disponíveis, indicadores de instabilidade energética da unidade e a avaliação da infraestrutura elétrica e capacidade térmica do ambiente, por profissional especializado, visando identificar riscos de falhas elétricas e sobrecargas térmicas.

A análise técnica identificou fragilidade no quadro elétrico da unidade, especialmente pela ausência de recurso de religamento automático após interrupções no fornecimento de energia. Como medida corretiva, a equipe de engenharia do GSH projetou e implementou um quadro elétrico exclusivo e inovador, destinado aos circuitos essenciais (freezers, sistema de climatização, rack de TI e exaustores), dotado de disjuntor com religamento automático e controlador de tensão, garantindo o isolamento dos demais circuitos do laboratório. Para maior segurança, mantiveram-se estoques de componentes elétricos para reposição imediata. Implantaram-se sistemas redundantes, incluindo substituição do freezer de backup e ar- condicionado com monitoramento e acionamento remoto. Para reduzir a carga térmica e sobrecarga dos equipamentos, instalaram-se exaustores forçados e isolamento térmico em janelas expostas à radiação solar. O sistema de monitoramento remoto, em casos de desvios críticos da temperatura, foi ampliado, incorporando alertas automáticos via SMS e e-mail, além de chamadas telefônicas.

As ações implementadas reduziram significativamente falhas por interrupções elétricas, aumentaram a agilidade na resposta a eventos críticos, permitiram a detecção precoce de instabilidades térmicas e asseguraram a separação eficaz dos circuitos essenciais, evitando paralisações. Desde então, não houve registros de eventos críticos relacionados à temperatura, mesmo diante de instabilidades no fornecimento de energia. A operação segura de laboratório de criopreservação requer soluções de engenharia predial além dos padrões convencionais. Essas implementações constituem inovação significativa na garantia da segurança biológica. O investimento em infraestrutura física e digital resultou em segurança biológica e estabilidade operacional. A adoção de medidas técnicas e estruturais com apoio da equipe de engenharia predial aprimorou a segurança do laboratório de criopreservação. Este estudo demonstrou que, mesmo em ambientes com limitações operacionais, é possível assegurar alta confiabilidade por meio de planejamento técnico, automação e redundância. O modelo é replicável para unidades que busquem elevar seus padrões de segurança.