HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosPacientes pediátricos onco-hematológicos com as seguintes patologias, leucemia e linfomas, frequentemente necessitam de procedimentos invasivos que demandam suporte anestésico ao longo das diversas fases do tratamento neoplásico. A formulação de um plano anestésico seguro exige precauções específicas devido às peculiaridades fisiológicas da infância, a toxicidade decorrente dos quimioterápicos, ao estado imunossuprimido e aos efeitos colaterais dos quimioterápicos.
ObjetivosAnalisar os desafios e as particularidades do manejo desses pacientes, com ênfase na individualização e na segurança do plano anestésico.
Material e métodosRevisão da literatura baseada em artigos das bases PubMed e LILACS, em inglês e português.
ResultadosA maioria dos estudos analisados evidenciou a necessidade de uma avaliação pré-anestésica para a personalização do plano anestésico, considerando os fatores de risco de cada paciente, como toxicidades hematológicas, hepáticas e cardíacas. Sendo assim, as principais técnicas anestésicas combinaram a anestesia geral e sedação com dexmedetomidina e cetamina, sendo as melhores técnicas em anestesia intravenosa total e uso de dextrocetamina com dexmedetomidina. Entretanto, as interações medicamentosas entre quimioterápicos e agentes anestésicos podem representar riscos significativos, especialmente em pacientes que utilizaram drogas com potenciais complicações anestésicas, tais como ciclofosfamida, doxorrubicina e vincristina. Além disso, nos casos de plaquetopenia significativa e outros distúrbios de fatores de coagulação, as técnicas neuroaxiais estão contra indicadas devido ao risco aumentado de sangramento.
Discussão e conclusãoA literatura ressalta a importância do manejo personalizado para pacientes pediátricos onco- hematológicos guiado por protocolos atualizados que avaliam os sinais de coagulopatias, alterações hepáticas, renais e uma possível toxicidade cardíaca após uso de antraciclinas. Antes de qualquer intervenção invasiva, é fundamental realizar uma avaliação completa, incluindo exames laboratoriais e complementares indicados conforme o histórico terapêutico, a fim de que o anestesista possa ajustar a conduta de forma segura e estar preparado para possíveis intercorrências. Além disso, uma sedação estável com a preservação das vias aéreas e uma estabilidade hemodinâmica se mostrou eficaz ao usar a combinação de cetamina e dexmedetomidina. Ademais, as interações medicamentosas podem oferecer riscos importantes. Entre as principais drogas associadas a complicações estão a ciclofosfamida, que pode causar toxicidade hepática e renal, influenciando na escolha dos anestésicos intravenosos; a doxorrubicina, conhecida por sua cardiotoxicidade, com potencial de depressão miocárdica; e a vincristina, que pode provocar neuropatia periférica e prolongar os efeitos dos bloqueadores neuromusculares. Em suma, a anestesia em pacientes pediátricos onco-hematológicos representa um desafio que requer atenção especializada. A limitação principal dos estudos analisados é a escassez de ensaios clínicos randomizados específicos para essa população, indicando a necessidade de mais pesquisas prospectivas. Por isso, é fundamental implementar estratégias individualizadas e promover um trabalho multidisciplinar coordenado para minimizar riscos e melhorar os resultados clínicos. Para alcançar esse objetivo, é imprescindível investir em pesquisas e na construção de consensos científicos que aprimorem a segurança anestésica, a qualidade do tratamento e a condição de vida desses pacientes.




