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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2326
Acesso de texto completo
RELATO DE CASO: TROMBOCITOFERÊSE EM PACIENTE COM LMC E PLAQUETOSE EXTREMA SINTOMÁTICA
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JO Matiasa,b, CB Moratoa, F Akilc, KS Martinsa, CDm Guedesb, JAD Rodriguesb, CS Cunhab, RS Ávilab, ACF Bassanib
a Grupo GSH, Volta Redonda, RJ, Brasil
b Hospital Unimed Volta Redonda, Volta Redonda, RJ, Brasil
c Grupo GSH, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A trombocitose extrema, definida por contagem plaquetária superior a 1.000.000/mm³, é uma manifestação que pode ocorrer em neoplasias mieloproliferativas, como a Leucemia Mieloide Crônica (LMC). Embora a maioria dos pacientes seja assintomática, casos com sintomas de hiperviscosidade — como alterações visuais, neurológicas e cefaleia — configuram urgência médica, devido ao risco elevado de eventos tromboembólicos e isquêmicos. Nessas situações, a trombocitaferese surge como uma estratégia terapêutica de ação rápida, indicada para redução imediata da contagem plaquetária, especialmente quando a resposta à terapia citoredutora oral é insuficiente.

Descrição do caso

Paciente masculino, 48 anos, com diagnóstico de LMC em agosto de 2024 (BCR-ABL positivo), em uso de imatinibe 400 mg/dia desde o diagnóstico. Em julho de 2025, apresentou cefaleia intensa, diplopia, vertigem e hemiparesia à direita. Tomografia de crânio não mostrou alterações. Hemograma evidenciou plaquetose extrema (3.000.000/mm³). Diante da suspeita de síndrome de hiperviscosidade e risco iminente de trombose, intensificou-se a terapia citoredutora, aumentando-se a dose de imatinibe e introduzindo-se hidroxiureia, além de solicitar troca do inibidor de tirosina quinase ao plano de saúde. Após sete dias, persistindo sintomas neurológicos, foi indicada trombocitaferese de urgência. O procedimento foi realizado em máquina de fluxo contínuo (Optia), com troca de uma volemia e reposição com soro albuminado. Houve boa tolerância e melhora clínica progressiva, com redução das plaquetas para 928.000/mm³ e, posteriormente, manutenção da queda para 686.000/mm³ com as medidas associadas.

Conclusão

A trombocitaferese mostrou-se segura e eficaz no manejo da plaquetose extrema sintomática em paciente com LMC, proporcionando rápida reversão dos sintomas e prevenindo complicações neurológicas graves. Seu uso precoce deve ser considerado sempre que houver manifestações clínicas sugestivas de hiperviscosidade, garantindo estabilização enquanto se aguarda a resposta das terapias citoredutoras sistêmicas.

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Referências:

  • 1.

    Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera and essential thrombocythemia: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2024;99(3):476-89.

  • 2.

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  • 3.

    Kaur P, Basu S. Therapeutic Apheresis in Thrombocytosis: Indications and Outcomes. J Clin Apher. 2021;36(1):21-9.

  • 4.

    Padmanabhan A, et al. Guidelines on the use of therapeutic apheresis in clinical practice–evidence-based approach from the Writing Committee of the American Society for Apheresis: The Eighth Special Issue. J Clin Apher. 2019;34(3):171-354.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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