HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA hemoterapia desempenha papel fundamental na assistência à saúde, sendo imprescindível garantir o fornecimento seguro, eficiente e oportuno de hemocomponentes para atender às demandas dos estabelecimentos de saúde. Em estados de grande extensão territorial, como Minas Gerais, a organização dessa cadeia logística apresenta desafios complexos, especialmente relacionados à manutenção da qualidade dos produtos, à capilaridade do atendimento e à agilidade na distribuição. Frente a esse cenário, a Fundação Hemominas adotou um modelo de regionalização da produção e distribuição de hemocomponentes, buscando superar as barreiras operacionais e logísticas e promover maior equidade no acesso aos serviços hemoterápicos.
ObjetivosEste artigo tem como objetivo analisar a experiência da Fundação Hemominas na regionalização da produção e distribuição de hemocomponentes em Minas Gerais, destacando os principais desafios logísticos e operacionais enfrentados no processo e as estratégias adotadas para garantir a segurança transfusional, a eficiência na entrega e a cobertura territorial ampla. Também se propõe a discutir os resultados alcançados com esse modelo e apontar perspectivas para seu aperfeiçoamento.
Material e métodosA metodologia utilizada consiste em um estudo descritivo com abordagem qualitativa, baseado em análise documental de normativas internas da Fundação Hemominas, relatórios operacionais, indicadores institucionais e registros de produção e distribuição de hemocomponentes. Foram incluídas informações sobre o funcionamento das Unidades de Produção, logística de transporte, gestão de estoque descentralizado e mecanismos de monitoramento da cadeia do frio. Além disso, realizou-se uma revisão de literatura sobre modelos descentralizados de hemoterapia no Brasil e em contextos internacionais similares.
ResultadosA regionalização permitiu a criação de polos estratégicos de produção e distribuição de hemocomponentes, reduzindo o tempo de atendimento aos Estabelecimentos de Saúde (EAS) e fortalecendo a resposta às demandas locais. O modelo viabilizou: Maior capilaridade no atendimento, inclusive em regiões de difícil acesso; Redução de perdas por vencimento e otimização do uso de estoques; Implantação de rotas logísticas estruturadas e monitoradas; Fortalecimento da rastreabilidade e controle da qualidade dos hemocomponentes durante o transporte. Apesar dos avanços, foram identificadas dificuldades relacionadas a: Condições geográficas adversas; Manutenção da cadeia do frio em longas distâncias; Comunicação em tempo real entre unidades e EAS; Alocação adequada de recursos humanos e tecnológicos nas Unidades de Produção.
Discussão e conclusãoA descentralização da produção e distribuição trouxe importantes ganhos para a segurança transfusional e para a equidade do acesso aos hemocomponentes em Minas Gerais. A experiência da Fundação Hemominas demonstra que a regionalização, quando bem estruturada, pode ser uma alternativa viável e eficiente para estados com grande extensão territorial. Os desafios logísticos, embora significativos, são enfrentados com um conjunto articulado de estratégias que potencializaram os resultados da regionalização. A descentralização da produção e distribuição trouxe ganhos expressivos para a segurança transfusional e para a equidade no acesso aos hemocomponentes, ao aproximar a oferta de sangue e seus derivados dos estabelecimentos de saúde, reduzindo o tempo de resposta em situações emergenciais e minimizando riscos decorrentes de atrasos no transporte.




