HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA anemia é definida por valores de hemoglobina no sangue diminuído a partir dos limites de normalidade para idade e gênero. A sua principal causa é a deficiência de ferro, que acomete 20 a 30% da população mundial. Agravos nutricionais na população indígena podem propiciar o aparecimento de anemia neste grupo. Estudos mostram que a anemia em povos indígenas tem aumentado.
ObjetivosA pesquisa buscou efetuar uma revisão integrativa da literatura sobre agravos nutricionais na população indígena brasileira, com enfoque na anemia em indígenas adultos, publicados entre 2000 e 2024.
Material e métodosForam utilizadas as bases Scielo, BVS, Scopus, Embase, Web of Science, Pubmed, ScienceDirect e Scopus, usando-se termos de busca em português (para as bases Scielo e BVS) e em inglês (para as demais bases) de janeiro de 2000 a 2024. Para seleção dos artigos, foram escolhidos estudos referentes a adultos.
Discussão e conclusãoEncontrou-se 10 estudos sobre anemia, sendo estes, artigos e teses. Foram citadas pelos autores estudos com 9 etnias indígenas brasileiras. Os estudos foram desenvolvidos nas cinco regiões do país, em 13 estados do país, e a coleta de dados ocorreu entre entre 2005-2022. Os trabalhos foram publicados entre 2010 e 2024. São estudos epidemiológicos de base populacional. A anemia, em grande parte dos estudos, considerou como critério diagnóstico, hemoglobina menor que 11 g/dl e 12 g/dl. A maior prevalência de anemia citada nos artigos chegou a 74%. A anemia encontra-se alta nos artigos encontrados, tendo ela fatores associados, como: desnutrição, insegurança alimentar, dificuldade no acesso à alimentação nos territórios, gestações, os quais potencializam o risco para outras condições nestas populações indígenas. A carência nutricional foi um dos principais agravos, estando presente anemias carenciais. Apesar da revisão ter sido realizada desde 2000 nas plataformas de dados, os artigos foram publicados na segunda década do estudo, ou seja, a partir de 2010. A carência de estudos atuais, pode ser considerada como um problema para acompanhamento e análise do perfil de anemia dos povos indígenas, tendo em vista, principalmente, o acompanhamento e cuidado à saúde nos territórios, bem como o aumento da vulnerabilidade social e ambiental em todo o país. Esta revisão mostra a necessidade de maior estímulo ao estudo dos agravos nutricionais, a exemplo da anemia em populações indígenas.
Referências:
Orellana JDY, et al. Prevalência e fatores associados à anemia em mulheres indígenas Suruí com idade entre 15 e 49 anos, Amazônia, Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. 2011;11:153-61.
Koury Filho HC. Estado nutricional de mulheres, mães de crianças menores de cinco anos-Jordão-Acre-Brasil. 2010. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. PEREIRA, Janaína Ferro; OLIVEIRA, Maria Alice Araújo; OLIVEIRA, Juliana Souza. Anemia em crianças indígenas da etnia Karapotó. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. 2012;12:375-82.
Anjos HNK, et al. Prevalence of metabolic syndrome among Kaingang native Americans in Southern Brazil. Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 54, p. 81-89, 2011. WELCH, James R. et al. The Xavante Longitudinal Health Study in Brazil: objectives, design, and key results. American Journal of Human Biology. 2020;32:e23339.




