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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3028
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PERFIL ODONTOLÓGICO DE PACIENTES COM HEMOFILIA E DOENÇA DE VON WILLEBRAND NO INSTITUTO ESTADUAL DE HEMATOLOGIA ARTHUR DE SIQUEIRA CAVALCANTI (HEMORIO)
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LCP Sousa, W Hespanhol, RS Pinheiro
Instituto Estadual de Hematologia Arthur Siqueira Cavalcanti (Hemorio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

As coagulopatias hereditárias, como hemofilia A, hemofilia B e doença de von Willebrand (DvW), resultam de alterações nos fatores VIII, IX ou von Willebrand e representam mais de 95% dos diagnósticos. Nessas condições, procedimentos odontológicos, especialmente cirúrgicos, apresentam risco elevado de sangramento, exigindo manejo preventivo e acompanhamento especializado.

Objetivos

Descrever o perfil odontológico, hábitos de higiene bucal e histórico de sangramentos orais em pacientes com hemofilia A, B e DvW. Material e métodos: Estudo prospectivo e transversal, realizado no Hemorio entre julho e dezembro de 2022 com 63 adultos diagnosticados com hemofilia A, B ou DvW. Aplicou-se questionário sobre higiene oral, histórico odontológico e sangramentos, seguido de exame clínico para registro do índice CPOD e do Índice de Sangramento Gengival (ISG), segundo critérios da OMS (1997). A análise estatística foi quantitativa e descritiva, realizada no software Microsoft Excel®.

Resultados

A hemofilia A foi mais prevalente (39,68%), seguida de DvW (38,10%) e hemofilia B (22,22%). Homens representaram 69,84% da amostra. A faixa etária mais frequente foi 21-30 anos (25,40%). Todos escovavam os dentes diariamente: 47,6% três vezes ao dia, 39,7% duas vezes e 12,7% quatro vezes ou mais. Higienização da língua foi relatada por 88,9% e uso de fio dental por 73%. Orientação de higiene bucal foi recebida por 73%, principalmente de dentistas (76,1%). Sangramento bucal foi relatado por 79,4%, e 44% necessitaram atendimento de urgência. Entre os que já haviam realizado extração dentária (82,5%), 69,2% relataram sangramento pós-procedimento. Durante o estudo, 26 pacientes realizaram extração e 15,38% apresentaram sangramento pós-operatório. O CPOD médio foi 7,6 e 95,2% não apresentaram sangramento gengival espontâneo (ISG).

Discussão e conclusão

A prevalência de hemofilia A e o predomínio masculino estão de acordo com dados epidemiológicos, considerando o padrão genético ligado ao X. Os hábitos de higiene mostraram frequência de escovação satisfatória, mas o uso irregular do fio dental e a ausência de orientação em parte da amostra evidenciam lacunas na educação em saúde. O elevado percentual de sangramento bucal e a ocorrência de sangramento pós-extração reforçam a necessidade de protocolos preventivos e planejamento individualizado antes de procedimentos invasivos. O baixo ISG indica bom controle gengival, possivelmente relacionado à escovação regular. Já o CPOD médio de 7,6 revela perda dentária expressiva, possivelmente decorrente de barreiras no acesso ao atendimento odontológico especializado. Pacientes com hemofilia e DvW apresentam maior vulnerabilidade social, econômica e em saúde. O acompanhamento odontológico regular, aliado à educação em saúde e acesso a cuidados especializados, é essencial para prevenir eventos hemorrágicos e preservar dentes. A integração entre odontologia e hematologia é fundamental para reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida.

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Referências:

Czajkowska S, et al. Assessment of oral health and healthy habits in adult patients with congenital hemophilia. Eur J Dent. 2023;17(1):161-172. de Sousa LCP, et al. Oral post-surgical complications in patients with hemophilia and von Willebrand disease. Hematology, Transfusion and Cell Therapy. 47(3):103936.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Manual de atendimento odontológico a pacientes com coagulopatias hereditárias. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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