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Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1871
Acesso de texto completo
PERFIL HEMATOLÓGICO DE GATOS ATENDIDOS EM UM PROGRAMA DE CONTROLE POPULACIONAL DO HOSPITAL VETERINÁRIO MÁRIO DIAS TEIXEIRA
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FCM Oliveiraa, SdJC Limab, AAP Damascenob, JSd Silvab, AS Cardosob, MJdFMd Figueiredob, CBdR Lealc, GPd Silvad, FOB Monteirob
a Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
b Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Belém, PA, Brasil
c Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, MG, Brasil
d Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Santarém, PA, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O hemograma é um exame importante na prática da clínica médica veterinária, pois a interpretação do seu resultado em associação com a anamnese do paciente pode auxiliar no diagnóstico de doenças, avaliar condições pré-cirúrgicas e monitorar resposta à terapia. O uso de intervalos de referência representativos da população local é condição ideal para análises mais precisas e assertivas, no entanto, ainda constitui um desafio pelos custos envolvidos, falta de conhecimento sobre a prática laboratorial e gestão da qualidade.

Objetivos

Determinar o perfil hematológico de gatos atendidos pelo programa de controle populacional (Vida Digna) no Hospital Veterinário Mário Dias Teixeira (HOVET) da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Material e métodos

Os felinos candidatos à castração foram inicialmente submetidos à avaliação clínica e hemograma. Realizou-se o estudo transversal e retrospectivo dos laudos emitidos pelo Laboratório de Análises Clínicas do HOVET no ano de 2021. Os dados daqueles animais que se encontravam hígidos foram tabulados e organizados em planilhas do Microsoft Office Excel 2016 para realização de estatística descritiva e determinação do perfil hematológico.

Resultados

Setenta e sete gatos com idade entre 6 meses a 6 anos constituíram o número amostral do estudo, sendo 57 fêmeas (74%) e 20 machos (26%), sem raça definida (SRD). Os valores médios dos parâmetros hematológicos de felinos foram: Hemácias 6,83 × 106/mm3, Hemoglobina 11,07g/dL, Hematócrito 33,12%, VCM 48,79fL, HCM 16,30pg, CHCM 33,41% e RDW 15,16. A média da contagem de leucócitos total foi de 13.809/mm3, neutrófilos bastonetes: 0,1% (15,92/mm3), neutrófilos segmentados: 69,08% (9.585/mm3), linfócitos: 23,95% (3.234/mm3), monócitos: 1,7% (239/mm3), eosinófilos: 5,14% (732/mm3) e plaquetas: 308.000/mm3. Presença de agregados plaquetários, anisocitose e macroplaquetas foram as observações mais relatadas em avaliação microscópica pelos médicos veterinários patologistas clínicos, com ocorrência em 59,7%, 49,4% e 32,5%, respectivamente.

Discussão e conclusão

Para a maioria dos parâmetros hematológicos, os valores médios observados neste estudo em gatos SRD hígidos apresentaram-se dentro do intervalo de referência internacional adotado no HOVET/UFRA. No entanto, a análise qualitativa do hemograma evidenciou a falsa trombocitopenia que pode ocorrer em consequência da formação de agregados plaquetários, presentes em mais da metade das amostras avaliadas. Tal alteração pode ser consequência do estresse sofrido pelos gatos desde o momento em que este sai de casa para atendimento até a contenção para coleta de sangue. Por ação das catecolaminas liberadas na corrente sanguínea, estas mudanças são justificáveis e sugerem cuidado em promover o atendimento felino em ambientes adequados e com técnicas especializadas. Da mesma forma, a frequente variação morfológica das hemácias e a presença de macroplaquetas denotam as particularidades fisiológicas da espécie. A determinação do perfil hematológico de felinos baseado em amostras da população local pode ser útil como referência para as decisões na clínica médica, pois considera a influência de variáveis inerentes à espécie, aos equipamentos em uso no laboratório e a expertise dos profissionais da medicina laboratorial. É necessário, entretanto, reforçar a prática da análise crítica do hemograma por meio de ações educativas que versem sobre a fisiologia animal para além dos números.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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